Trajetórias atlânticas
Caminhos de história na vinda dos estudantes africanos bolsistas do Itamaraty para o Brasil (1961-1969)
Parole chiave:
Brasil. África. Diplomacia. Colonialismo. Independências africanas.Abstract
A pesquisa de doutorado em História intitulada “Trajetórias atlânticas: caminhos de história na vinda dos estudantes africanos bolsistas do Itamaraty para o Brasil (1961-1969)” problematiza a trajetória de quatro dos primeiros estudantes africanos que chegaram ao Brasil na década de 1960 beneficiados por um programa de concessão de bolsas criado pelo Ministério das Relações Exteriores. Nos anos de 1961 e 1962, 21 jovens provenientes de Gana, Nigéria, Senegal, Camarões, Cabo Verde e Guiné Bissau vieram ao Brasil custeados pelo governo brasileiro para cursar o ensino superior em universidades nacionais. O projeto era uma das ações de uma inédita política africana do Brasil iniciada na gestão de Jânio Quadros (janeiro a agosto de 1961) e continuada pelo seu sucessor João Goulart (1961-1964). A análise dessas trajetórias possibilita compreender como esses sujeitos históricos atuaram em um contexto de retomada das relações entre Brasil e África. Trata-se de uma reconfiguração de imaginários e discursos que passam a compor um novo momento de aproximação política, econômica e cultural entre os dois lados do Atlântico. Os percursos desses sujeitos no Brasil, considerando o período da pesquisa, apontam um reposicionamento e ampliação nas ligações Brasil-África, que podem ser lidas nas relações pessoais e institucionais dos estudantes, naquilo que vai se entrecruzar em suas trajetórias, gerando novas possibilidades de interpretações.