Homicídios juvenis em Fortaleza: questões para a estratégia saúde da família / Youth homicides in Fortaleza: issues for the family health strategy
DOI:
https://doi.org/10.36517/revpsiufc.13.1.2022.5Palavras-chave:
Estratégia Saúde da Família, Violência, JuventudesResumo
Esse artigo pretende discutir como a violência urbana é abordada por profissionais inseridos em equipes da Estratégia Saúde da Família da cidade de Fortaleza, destacando como a intensificação dos homicídios têm repercutido em seus cotidianos. Trata-se de um desdobramento de uma pesquisa-intervenção, à luz do método da cartografia, que analisou práticas institucionais em torno da problemática dos homicídios infanto-juvenis em territórios de uma periferia da capital cearense. O trabalho buscou articulações da Psicologia Social com autores e autoras de áreas afins que seguem caminhos semelhantes no trato das juventudes e das expressões da violência. Os dados foram produzidos por observações, conversas no cotidiano, entrevistas e grupos de discussões. A seção de resultados e discussão destaca: o desafio de tomar a violência como objeto de ação-reflexão-ação, demandando um conjunto de ações comunitárias e intersetoriais e a necessidade de uma nova agenda no âmbito das políticas de saúde para lidar com violência.
Downloads
Referências
Barros, J. P. P., Acioly, L. F., & Ribeiro, J. A. D. (2016). Re-tratos da juventude na cidade de Fortaleza: direitos humanos e intervenções micropolíticas. Revista de psicologia, 7(1), 84-93.
Barros, J. P. P., Paiva, L. F. S., Rodrigues, J. S., Silva, D. B., & Leonardo, C. S. (2018). “Pacificação” nas periferias: discursos sobre as violências e o cotidiano de juventudes em Fortaleza. Revista de Psicologia, 9(1), 117-128.
Barros, L. M. R. & Barros, M. E. B. (2014). Pista da análise: O problema da análise em pesquisa cartográfica. In E. Passos, V. Kastrup, & S. Tedesco (Orgs), Pistas do método da cartografia: A experiência da pesquisa e o plano comum (pp. 373-390). Porto Alegre: Sulina.
Benicio, L. F. & Barros, J. P. P. (2017). Estratégia Saúde da Família e Violência Urbana: abordagens e práticas sociais em questão. SANARE-Revista de Políticas Públicas, 16(1), 102-112.
Benicio, L. F. S., Barros, J. P. P., Rodrigues, J. S., Silva, D. B., Leonardo, C. S., & Costa, A. F. (2018). Necropolítica e Pesquisa-Intervenção sobre Homicídios de Adolescentes e Jovens em Fortaleza, CE. Psicologia: Ciência e Profissão, 38(2), 192-207.
Brasil (2012). Política nacional de atenção básica. Brasília, DF: Ministério da Saúde.
Cerqueira, D. R. C., Lima, R.S., Bueno, S., Neme, C., Ferreira, H., Coelho, D., Alves, P. P., Pinheiro, M., Astolfi, R., & Marques, D. (2018). Atlas da Violência 2018. Rio de Janeiro, RJ: Fórum Brasileiro de Segurança Pública/Ipea.
Coimbra, C. (2001). Operação Rio: o mito das classes perigosas. Rio de janeiro, RJ: Intertexto.
Coimbra, C., Bocco, F., & Nascimento, M. L. (2005). Subvertendo o conceito de adolescência. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 57(1), 2-11.
Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência. (2017). Cada vida importa: relatório do primeiro semestre de 2017 do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência. Assembléia Legislativa. Fortaleza, CE: Autor.
Delgado, P. G. G. (2012). Violência e saúde mental: os termos do debate. O social em questão, Rio de Janeiro, 15(28), 187-198.
Fiuza, T. M., Miranda, A., Ribeiro, M. T. A. M., Pequeno, M. L., & Oliveira, P. R. S. (2011). Violência, drogadição e processo de trabalho na Estratégia de Saúde da Família: conflitos de um grande centro urbano brasileiro. Revista Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, 6(18), 32-39.
Fórum Brasileiro de Segurança Pública. (2017). 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo, SP: Autor.
Gonçalves, H. C. B, Queiroz, M. R., & Delgado, P. G. G. (2017). Violência urbana e saúde mental: desafios de uma nova agenda? Fractal: Revista de Psicologia, 29(1), 17-23.
Lemos, F. C. S., Scheinvar, E., & Nascimento, M. L. D. (2014). Uma análise do acontecimento "crianças e jovens em risco". Psicologia & Sociedade, 26(1), 158-164.
Lemos, F. C. S., Bicalho, P. P. G., Alvarez, M. C., & Brício, V. N. (2015). Governamentalidades neoliberais e dispositivos de segurança. Psicologia & Sociedade, 27(2), 332-340.
Melo, D. L. B. & Cano, I. (2017). Índice de homicídios na adolescência: IHA 2014. Rio de Janeiro, RJ: Observatório de Favelas.
Minayo, M. C. S. & Souza, E. R. (1998). Violência e saúde como um campo interdisciplinar e de ação coletiva. História, Ciências, Saúde, Rio de Janeiro, 4(3), 513-531.
Moraes, M. (2010). PesquisarCOM: política ontológica e deficiência visual. In M. Moraes & V. Kastrup (Org), Exercícios de ver e não ver: arte e pesquisa com pessoas com deficiência visual (pp. 26-51). Rio de Janeiro, RJ: Nau Editor.
Morais, M. P., Krause, C., Neto, V. C. L., (Orgs.) (2016). Caracterização e tipologia de assentamentos precários: estudos de caso brasileiros. Brasília, DF: Ipea.
Paiva, I. L. & Oliveira, I. F. (2015). Juventude, violência e políticas sociais: da criminalização à 160 efetivação de direitos humanos. In A. Scisleski & N. Guareschi (Orgs.), Juventudes, marginalidade social e direitos humanos: da psicologia às políticas públicas. Porto Alegre, RS: EdiPUCRS.
Passos, E., Kastrup, V., & Escóssia, L. (2009). Pistas do método da cartografia: pesquisa intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre, RS: Sulina.
Passos, E., Kastrup, V., & Tedesco, S. (2014). Pistas do método da cartografia 2: a experiência da pesquisa e o plano comum. Porto Alegre, RS: Sulina.
Rocha, M. L. & Aguiar, K. F. (2003). Pesquisa-intervenção e a produção de novas análises. Psicologia Ciência e Profissão. 23(4), 64-73.
Rolnik, S. & Guattari, F. (2006). Micropolítica: cartografías del deseo. Madrid: Traficantes de Sueños.
Secretaria Municipal de Saúde (2016). Homicídios de crianças e adolescentes de 10 a 19 anos em Fortaleza: análise epidemiológica e espacial 2000-2016. Fortaleza, CE: Autor.
Silva, M. R. F. D., Silveira, L. C., Pontes, R. J. S., & Vieira, A. N. (2015). O cuidado além da saúde: cartografia do vínculo, autonomia e território afetivo na saúde da família. Rev Min Enferm [internet], 19(1), 249-54.