IA, Educação e Contemporaneidade
dos ambientes às assemblagens
DOI :
https://doi.org/10.36517/psg.v14iespecial.88632Résumé
Dado o avanço das plataformas de inteligência artificial (IA) na educação desde a pandemia, o objetivo deste artigo é investigar a contribuição do conceito de assemblagem cognitiva para ressignificar o que se entende por “ambiente de aprendizagem”. Para além da mera reprodução, no virtual, da dinâmica de sala de aula e/ou da configuração escolar, ambientes de aprendizagem se tornam cada vez mais “assemblagens”, isto é, conjuntos de relações entre agentes humanos conscientes e não-humanos (tecnologias) em vários níveis e locais, com limites variando conforme mudam as condições e os contextos. Nesse sentido, como metodologia, buscou-se analisar documentos e conclusões de pesquisas acadêmicas que abordam a visão neutra e utilitarista da educação em relação à IA, tida como fonte de “inovação”. Dentre as origens dessa crença está a ainda presente perspectiva emancipatória e democrática dos primórdios da WEB (anos 90), mas que hoje se transformou completamente dando lugar a preocupações sociais como proteção de dados, vigilância, desinformação e vieses algorítmicos. Foi utilizado, ainda, o relato de experiência da plataforma Pilares do Futuro (pilaresdofuturo.org.br), voltada para a formação de educadores em temas contemporâneos de cidadania digital; a plataforma é um recurso educacional aberto (REA), que incentiva o compartilhamento e o “remix” de boas práticas pelos próprios educadores. Concluiu-se que os impactos da IA são praticamente desconhecidos (e, de certa forma, menosprezados) por educadores e gestores e que educar para a cidadania digital requer um senso de coletividade e bem comum presente na ideia de assemblagens (e não de ambientes).
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