A RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA: O GÊNERO CARTA ARGUMENTATIVA COMO BASE PARA APLICAÇÃO DE SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS

Resumen

O trabalho do professor vai muito além de apenas repassar conteúdos em sala de aula. Para uma aula produtiva, ele deve mobilizar saberes necessários sobre a língua e sobre a didática do ensino de uma língua para preparar o material didático que utilizará em sala de aula. Nesta comunicação, nosso objetivo é, justamente, apresentar uma reflexão sobre uma proposta de ensino da língua portuguesa, com foco no texto, a partir do dispositivo sequência didática, já que a entendemos como “uma sucessão planejada de atividades progressivas e articuladas guiadas por um tema” (MACHADO 1997). Para elaboração e aplicação da SD, inicialmente, cada dupla fez uma carta a partir de um dado problema. Nela, deveria estar definido o problema social, quem escreveu, para quem e porque escreveu a carta. No segundo momento, as cartas foram trocadas entre os residentes, e cada dupla deveria ler e corrigir o texto, elencando as dificuldades dos estudantes. No terceiro momento, os grupos precisaram definir o foco do ensino e preparar a sua intervenção, elaborando a sequência didática. Por fim, cada dupla apresentou e argumentou a sua proposta de sequência didática, numa atitude de ação x reflexão ação. Essa proposta de intervenção é do grupo genebrino liderado por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004). Os autores assumem uma visão interacionista, quanto ao papel do professor em sala de aula e se ancora na proposta bronckartiana de análise dos gêneros textuais. Resultados desta experiência mostram que a partir das sequências feitas, os bolsistas puderam solucionar e sanar dúvidas da equipe de uma maneira geral. Em especial, os grupos observaram inadequações no uso do gênero carta, quanto ao contexto de produção assim como dificuldades com relacionados à coesão nominal e verbal, retomados posteriormente de maneira a formar melhor os residentes.