O POTENCIAL ARTÍSTICO DAS TINTAS NATURAIS

Abstract

O presente trabalho surge com o objetivo de perceber o potencial dessas tintas no contexto do aprendizado da aquarela. Será desenvolvido a partir de uma breve análise histórica e documental das características e uso desses materiais ao longo do tempo, somado ao relato da experiência prática com pintura de tintas naturais na oficina de aquarela caseira, realizada pelo Bolsa-Arte Moda no mês de julho. Sabe-se que pigmentos naturais foram e são importantíssimos na história da humanidade, como é relatado na Revista Fitos: “Pigmentos sintéticos e naturais são usados há décadas em alimentos, fármacos, cosméticos, tingimento de tecidos, mobiliários e outros.” (Shoizer, 2007, p. 7). Porém, mesmo com a evolução e desenvolvimento dos pigmentos sintéticos, ainda existe uma grande procura pelos naturais. Um exemplo disso é o perfil no Instagram @mattricaria, que pesquisa a flora tintoral brasileira, difundindo seus saberes, práticas e experimentações, inclusive em aquarela. Existem várias possibilidades de composição para as tintas feitas a partir de pigmentos naturais. A mais acessível ao público em geral é a composição à base de água. Quando misturados com água, os pigmentos naturais se assemelham em características à aquarela: uma água colorida, com a qual se pode tingir o papel, mas que é obtida essencialmente através de plantas, frutas, sementes ou temperos. Na oficina foram trabalhadas tintas à base de água feitas com pigmentos naturais que encontramos facilmente em casa: pó feito de grão (café), uma raiz (beterraba) e um tempero (açafrão) para obter tintas marrom, rosa e amarela. Foram obtidas boas tonalidades, rosa, marrom e amarelo bem pigmentados, no entanto depois de um tempo houve o desbotamento da cor rosa. A partir dessa constatação, a segunda etapa é estudar uma substância que permita maior durabilidade e fixação dessas tintas naturais.