CLARICE LISPECTOR E O DEBATE DE GÊNERO NA ESCOLA

Abstract

Ensaio cartográfico que trata do projeto: Clarice Lispector e o Debate de Gênero na Escola, traçado nas aulas de Filosofia e Sociologia, em turmas da 2ª série, na Escola Adauto Bezerra, em setembro de 2018. O conto escolhido foi A língua do P, do livro A Via Crucis do Corpo, de Clarice Lispector, 1974. O debate registrou a violência praticada contra a mulher e o feminicídio - assassinato de mulheres motivado pela condição de gênero da vítima. Os objetivos do trabalho buscaram: ampliar os recursos didáticos; desconstruir estereótipos de gênero; fortalecer práticas de alteridade; ampliar o exercício de leitura e interpretação de texto. A experimentação optou pelo aporte teórico-metodológico da pesquisa-ação. Resultados identificados: troca de experiências e saberes na formação de um outro currículo possível; a temática de violência de gênero com mais aceitação por parte das meninas do que meninos; reivindicação das meninas de que o debate da temática seja permanente nas atividades da escola; sugestão da continuidade da ação a partir de outros textos literários; curiosidade em conhecer a vasta obra de Clarice Lispector; e necessidade de romper obstáculos de uma temática que ainda não é prática no currículo formal. A professora Ada Kroef (2018), guia o traçado cartográfico na busca dos saberes locais rumo a produção de conceitos; dispara a marcação dos currículo-programas e desterritorializa no território escola, a invenção de um currículo nômade. Gilles Deleuze em Conversações (2013), aponta pistas fecundas, possíveis de serem roubadas para o ensino de filosofia na escola: (1) para fazer filosofia é preciso mergulhar na invenção e criação de conceitos; (2) o conceito é permeado de força crítica, política e de liberdade; (3) qual seria o papel da filosofia nessa resistência a um terrível conformismo? Trabalho realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001