A ILUMINAÇÃO COMO ELEMENTO DRAMATÚRGICO NO ESPETÁCULO MADE IN BRASIL – ÚLTIMO DELÍRIO TROPICAL
Abstract
Esta pesquisa se propõe a analisar a aplicação da iluminação no espetáculo MADE IN BRASIL – Último Delírio Tropical, que foi estreado em outubro no Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno, a fim de entender os seus signos e no que ela se traduz. A peça, dirigida por Eclê Gomes, aborda o período político da ditadura militar a partir de uma estruturação em blocos de cenas, que isoladamente pretendiam causar emoções distintas no público, indo de momentos de descontração para momentos de apreensão e desconforto. Assim, os quatro atores se revezavam em sete blocos de cenas (prólogo, caixa, manifestantes, mãe, pastor, carnavalização e tortura). Como bolsista do Teatro Universitário, pude acompanhar o espetáculo com a finalidade de conceber a iluminação a partir de um “jogo” no qual os elementos cênicos não convergem para um mesmo ponto, mas são entrelaçados de diversas maneiras a fim de criar dramaturgia significativa para a cena (BONFITTO, 2011). A luz dentro deste espetáculo é um objeto semiótico da história contada, e possui uma função que vai além de apenas iluminar ou revelar o que está acontecendo na cena, mas sim a de provocar uma reflexão mais profunda no espectador sobre o que está sendo falado ou apresentado. Assim, no bloco chamado Carnavalização o ambiente é descontraído e festivo com bastante alternação entre as cores, sendo um convite a dançar e se divertir; já o bloco seguinte a esse (Tortura) causa repulsa e sensações negativas, sendo usado uma luz de penumbra em tom de vermelho. Essa alteração da luz, além de indicar a mudança de cena, causa também a mudança de emoção no espectador. Com essa análise concluo que a luz usada no espetáculo é mais que uma necessidade de mostrar o que se passa no palco, mas é um signo que guia o olhar e o estado emocional do espectador para dentro da cena.Downloads
Published
2019-01-01
Issue
Section
VI Encontro de Cultura Artística
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