A DIMENSÃO ANÁRQUICA DA DEMOCRACIA

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.30611/2024n32id93346

Palabras clave:

Desentendimento, Democracia, Igualdade, Política, Polícia

Resumen

Este artigo questiona a dimensão anárquica da democracia defendida por Jacques Rancière. A crítica de Rancière à democracia convencional pode ser resumida como, em primeiro lugar, uma crítica ao consenso. Ele não condena o desejo de que as partes conflitantes cheguem a um acordo sobre um tópico de disputa. O que Rancière critica é a construção de um consenso básico ao sugerir a participação igualitária no logos, ao mesmo tempo em que expulsa os enunciados dos que não têm parte – geralmente, os pobres. Sempre que se fazem ouvir, encenam um desacordo, o que prova a injustiça do consenso original. Em segundo lugar, em sua desconstrução da noção liberal de consenso, Rancière, no entanto, concorda com a ênfase dos contratualistas na igualdade como pré-condição para sociedades modernas desiguais. Terceiro, sua definição de democracia contradiz o conceito de democracia representativa; no entanto, como demonstrado, ele não rejeita a representação em si. Em vez disso, ele se opõe à ideia de que a representação define a democracia. As reivindicações representativas, ao contrário, podem fazer parte do conceito de política de Rancière.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ABENSOUR, M. “Democratie sauvage” et “Principe d'anarchie”. In: Revue européenne des sciences sociales, Tome XXXI, N° 97, 1993, p. 225-241.

BUTLER, J. “We, the People”: Thoughts on Freedom of Assembly. In: Badiou, A. et al., What is a People? New York: Columbia University Press, 2016, p. 49-64.

LEFORT, C. Éléments d’une critique de la bureaucratie, Paris, Gallimard, 1969.

MOUFFE, C. Agonistics: Thinking The World Politically. London: Verso, 2013.

MYERS, E. Presupposing Equality: The Trouble with Rancière’s Axiomatic Approach. In: Philosophy and Social Criticism 42/1, 2016, p. 45-69.

OBER, J. The Original Meaning of “Democracy”: Capacity to Do Things, not Majority Rule. In: Constellations 15/1, 2008, p. 1-9.

QUINTANA, L. Institución y acción política: una aproximación desde Jacques Rancière. In: Pléyade 12, 2013, p. 143-158.

RANCIERE, J. La Mésentente. Politique et philosophie. Paris: Éditions Galilée, 1995.

RANCIERE, J. Aux bords du politique. Paris: La Fabrique, 1998.

RANCIERE, J. La Haine de la démocratie. Paris: La Fabrique, 2005.

RANCIE`RE, J. La me´thode de l’e´galite´. Entretien avec Laurent Jeanpierre et Dork Zabunyan. Paris: Bayard, 2012.

ROCKHILL, G. La démocratie dans l’histoire des cultures politiques. In: GAME, J. et LASOWSKI, W. (Org.). Jacques Rancière. Politique de l'esthétique. Paris: Éditions des Archives Contemporaines, 2009, 55-71.

WOLIN, S. S. Democracy Incorporated: Managed Democracy and the Specter of Inverted Totalitarianism. Princeton: Princeton University Press, 2008.

Publicado

2024-04-30