BLOCH – PROCURA POR NÓS MESMOS NO UTÓPICO. O CAMINHO DO ESPÍRITO DA UTOPIA AO CONJUNTO DA OBRA

Authors

  • Wolfdietrich Schmied-Kowarzik

DOI:

https://doi.org/10.30611/2021n21id70906

Keywords:

Autoencontro, Virada ‘proflexiva’, Marxismo, Utopia

Abstract

Espírito da utopia, de Ernst Bloch, foi escrito durante os anos da I Guerra Mundial, durante sua emigração na Suíça, e publicado em 1918. Neste livro, Bloch procura contrapor à loucura da guerra a pergunta pelo sentido, a qual, quando existencialmente entendida, há de conduzir a um “autoencontro” conosco mesmos. Bloch concentra-se especialmente em três círculos temáticos: o autoencontro nas artes plásticas, na música e na “questão inconstrutível” para nós mesmos, na filosofia. O movimento dialético interno disso Bloch resume, como lema de seu filosofar, em três frases: “Eu sou. Mas eu não me tenho. Com isso nós primeiramente seremos”. Já no “com isso nós primeiramente seremos”, fica claro que Bloch não compreende seu existencialismo de modo individualista, pois o autoencontro filosófico do ser humano somente pode ser exitoso em uma sociedade humano-social. Portanto, o compromisso com uma sociedade socialista e ecológica não deveria ser degenerado a algo técnico-científico, mas, justamente em relação ao socialismo a ser construído, aquela questão com a qual a filosofia já desde sempre se ocupa deve ser posta da forma ainda mais radical. Nosso engajamento por uma convivência mais humana entre nós e por uma interação responsável com a natureza deve ser capaz de resistir até mesmo diante de um possível fim da nossa história terrena. É nisso que culmina o dramático capítulo final “Karl Marx, a morte e o apocalipse” e nisso consiste o persistente desafio do Espírito da utopia para nós hoje.

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Published

2021-04-30

Issue

Section

Dossiê Ernst Bloch