Empreendedorismo público à luz das teorias da prática
DOI:
https://doi.org/10.19094/contextus.2022.72212Palavras-chave:
empreendedorismo público, prática, revisão narrativa, ação empreendedora, construção alternativaResumo
O objetivo deste estudo é compreender a ação empreendedora no empreendedorismo público à luz das teorias da prática. É realizado um diálogo com as articulações teórico- conceituais entre a noção de ação empreendedora presente nos estudos de empreendedorismo público com o movimento dos estudos das teorias da prática. Foram utilizados essencialmente dados secundários, tendo como base a produção científica referente ao objeto estudado, os quais foram analisados por meio de uma revisão narrativa. Pôde-se observar que o elo entre as teorias da prática e o empreendedorismo no setor público, consiste na ação empreendedora. Isso é possível devido ao fato de que a ação empreendedora permite considerar o empreendedorismo público como uma prática.
Referências
Anderson, A., & Ronteau, S. (2017). Towards an entrepreneurial theory of practice: emerging ideas for emerging economies. Journal of Entrepreneurship in Emerging Economies, Beijing, 9(2), 110-120. https://doi.org/10.1108/JEEE-12-2016-0054
Berlim, C. G., Portella, F. O., Franceschini, I. S., & Carvalho, M. T. (2006). Princípios e práticas de empreendedorismo: um novo paradigma em educação e em psicopedagogia. Revista Psicopedagogia, 23(70), p. 62- 67.
Bernardi, M. M. E., & Guimarães, T. B. (2008). Empreendedores públicos: uma experiência de gestão estratégica de pessoas na administração pública do governo do estado de Minas Gerais. Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Buenos Aires, Argentina, XIII. https://doi.org/10.1590/S0034-76122007000300006
Bispo, M. (2013). Estudos baseados em prática: conceitos, história e perspectivas. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 2(1), 13-33. https://doi.org/10.9771/23172428rigs.v2i1.10058
Borges, A. F. (2017). Empreendedorismo como prática: um estudo em organizações produtoras de cachaça artesanal. (Tese de Doutorado em Administração). Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais, Brasil. http://repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/28256
Borges, A. F., Brito, M. J., & Lima, J. B. (2016). Entrepreneuring: concebendo o fenômeno do empreendedorismo como uma prática. Encontro da Anpad, Costa do Sauípe, Bahia, Brasil, XL.
Bresser-Pereira, L. C. (2000). A reforma gerencial do Estado de 1995. Revista de Administração Pública, 34(4) 7-26. https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/6289
Certeau, M. (2013). A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, p.322.
Clercq, D., & Vonorov, M. (2009). Toward a practice perspective of entrepreneurship: entrepreneurial legitimacy as habitus. International Small Business Journal, 27(4), 395-419. https://doi.org/10.1177/0266242609334971
DeGhetto, K., Sutton, T., & Zorn, M. L. (2018). Institutional drivers of born-public ventures. Journal of Entrepreneurship and Public Policy, 7(1), 14-33. https://doi.org/10.1108/JEPP-D-17-00012
Diefenbach, F. E. (2011). Entrepreneurship in the public sector: when middle managers create public value. Wiesbaden: Gabler Verlag.
Dornelas, J. C. A. (2008). Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. (3 ed.) Rio de Janeiro: Elsevier.
Emmendoerfer, M. L. (2019). Inovação e empreendedorismo no setor público. Brasília: Enap.
Feldman, M. S., & Orlikowski, W. J. (2011). Theorizing practice and practicing theory. Organization Science, 22(5), 1240-1253. https://doi.org/10.1287/orsc.1100.0612
Gherardi, S. (2001). From Organizational Learning to Practice-Based Knowing. Human Relations, 54(1),131-139. https://doi.org/10.1177/0018726701541016
Gherardi, S. (2006). Organizational knowledge: the texture of workplace learning. Oxford: Blackwell Publishing.
Gherardi, S. (2009). Introduction: The Critical Power of the `Practice Lens’. Management Learning, 40(2), 115-128. https://doi.org/10.1177/1350507608101225
Gherardi, S. (2014). O poder crítico da lente das práticas. In: S. Gherardi & A. Strati (Eds.), Administração e Aprendizagem na Prática (pp. 43-60). Rio de Janeiro: Elsevier.
Hood, C. (1991). A Public Management for All Seasons?. Public Administration, 69(1), 3-19. https://doi.org/10.1111/j.1467-9299.1991.tb00779.x
Jacobi, P., & Pinho, J. A. (2006). Inovação no campo da gestão pública local: novos desafios, novos patamares. Rio de Janeiro: FGV.
Julien, P. A. (2010). Empreendedorismo regional e economia do conhecimento. São Paulo: Saraiva.
Johannisson, B. (2011). Towards a practice theory of entrepreneuring. Small Business Economics, 36(2), 135-150.
Lenzi, F. C., Kiesel, M. D., & Zucco, F. D. (2010). Ação empreendedora: como desenvolver e administrar o seu negócio com excelência. São Paulo: Gente.
Leyden, D. P. (2016). Public-sector entrepreneurship and the creation of a sustainable innovative economy. Small Business Economics, 46(4), 553-564. https://doi.org/10.1007/s11187-016-9706-0
Lima, J. B. (2010) Ações empreendedoras e práticas da pesquisa em empreendedorismo. In F. Gimenez, J. Morais & S. C. Ramos (Eds.), Empreendedorismo e estratégia de empresas de pequeno porte (pp. 24-40). Curitiba: Editora Champagnat.
Lumpkin, G. T., & Dess, G. G. (1996). Clarifying the entrepreneurial orientation construct and linking it to performance. Academy of Management Review, 21(1), 135-172. https://doi.org/10.5465/amr.1996.9602161568
Marins, S. R., & Davel, E. P. B. (2019). Empreendedorismo como Prática: Empreendedorismo Cultural na Prática Festiva do Pagode Baiano. Teoria e Prática em Administração, 9(2), 14-34. https://doi.org/10.21714/2238-104X2019v9i2-43231
Martins, P. E. M., Imasato, T., & Pieranti, O.P. (2007). Reformas administrativas brasileiras recentes: a dimensão estrutural e o desafio de quebra de um paradigma na administração pública. Encontro da Anpad, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, XXXI.
Meneghetti, F. K. (2011). O que é um Ensaio-Teórico? Revista de Administração Contemporânea, 15(2), 320-332. https://doi.org/10.1590/S1415-65552011000200010
Mintzberg, H. (1973). The nature of managerial work. New York: Harper and Row.
Mocelin, D. G., & Azambuja, L. R. (2017). Empreendedorismo intensivo em conhecimento: elementos para uma agenda de pesquisas sobre a ação empreendedora no Brasil. Sociologias, 19(46), 30-75. https://doi.org/10.1590/15174522-019004602
Morais, M. C. A., Valadares, J. L., Emmendoerfer, M., & Tonelli, D. (2015). Polissemias do empreendedorismo no setor público. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 4(1), 26-53. https://doi.org/10.14211/regepe.v4i1.200
Morris, M. H., & Jones, F. F. (1999). Entrepreneurship in Established Organizations: The Case of the Public Sector. Entrepreneurship Theory and Practice, 24(1), 71-91. https://doi.org/10.1177/104225879902400105
Nassif, V. M. J., Silva, N. B., Ono, A. T., Bontempo, P. C., & Tinoco, T. (2010). Empreendedorismo: área em evolução? Uma revisão dos estudos e artigos publicados entre 2000 e 2008. Innovation and Management Review, 7(1), 142-157. https://www.revistas.usp.br/rai/article/view/79164
Nicolini, D., Gherardi, S., & Yanow, D. (2003). Introduction: toward a practice-based viewof knowing and learning in organizations. In D. Nicolini, S. Gherardi, & D. Yanow (Orgs.), Knowing in organizations: a practice-based approach (pp. 3-31). London: Sharpe.
Osborne, D., & Gaebler, T. (1994). Reinventando o governo: como o espírito empreendedor está transformando o setor público. Brasília: MH Comunicação.
Paiva, F. G., Júnior. (2004). O empreendedorismo na ação de empreender: uma análise sob o enfoque da fenomenologia sociológica de Alfred Schütz. (Tese de Doutorado em Administração). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
Paula, A. P. P. (2005). Por uma nova gestão pública: limites e potencialidades da experiência contemporânea. Rio de Janeiro: FGV.
Peters, G. (2013). Habitus, reflexividade e neo-objetivismo na teoria da prática de Pierre Bourdieu. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 28(83), 47-71. https://doi.org/10.1590/S0102-69092013000300004
Pollitt, C. (2000). Is the emperor in his underwear? An analysis of the impacts of Public Management Reform. Public Management, 2(2), 181-199. https://doi.org/10.1080/14719030000000009
Postill, J. (2010). Introduction: theorising media and practice. In B. Brauchler & J. Postill (Orgs.), Theorising media and practice. Oxford e Nova York: Berghahn.
Reckwitz, A. (2002). Toward a theory of social practices: A development in culturalist theorizing. European Journal of Social Theory, 5(2), 243-263. https://doi.org/10.1177/13684310222225432
Santos, L. L. S., & Alcadipani R. (2015). Por uma epistemologia das práticas organizacionais: a contribuição de Theodore Schatzki. Organizações & Sociedade, 22(72), 79-98. https://doi.org/10.1590/1984-9230724
Schatzki, T. (1996). Social practices: a wittgensteinian approach to human activity and the social. New York: Cambridge University Press.
Schatzki, T. (2001). Introduction: practice theory. In T. Schatzki, K. Knorr-Cetina & E. Von Savigny (Orgs.), The Practice Turn in Contemporary Theory. London: Routledge.
Schatzki, T. (2002). The site of the social: a philosophical exploration of the constitution of social life and change. Pennsylvania: University of Pennsylvania Press.
Schatzki, T. (2003). A new societist social ontology. Philosophy of the Social Sciences, 33(2) 174-202. https://doi.org/10.1177/0048393103033002002
Schatzki, T. (2006). On organizations as they happen. Organization Studies, 27(12), 1863-1873. https://doi.org/10.1177/0170840606071942
Schatzki, T. (2017). Practices and People. Teoria e Prática em Administração, 7(1), 26-53. https://doi.org/10.21714/2238-104X2017v7i1-32735
Shane, S. & Venkataraman, S. (2001). Entrepreneurship as a field of research: A response to Zahra and Dess, Singh, and Erikson. Academy of Management Review, 26, 13-16. https://doi.org/10.5465/amr.2001.27879269
Silva, C. A., Valadares, J. L., & Andrade, D. M. (2016). Ações empreendedoras na gestão pública: análise do programa Crédito Solidário (PCS) em um município do sul de Minas Gerais. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, 15(1), 55-68. https://doi.org/10.21529/RECADM.2016005
Silveira, A. C. da, Boneli, J. J., Castro, N. E., & Barbosa, P. A. (2007). Empreendedorismo: a necessidade de se aprender a empreender. Foco, 2(1).
Sousa, J. L., Paiva, F. G., Júnior, & Lira, Z. B. (2010). A abordagem multidimensional do empreendedorismo no setor público: o caso da ação empreendedora da Fundação Joaquim Nabuco. Revista Gestão & Planejamento, 11(2), 337-354.
Thompson, N. A., Verduyn, K., Stam, A. M. C. E., & Gartner, W. B. (2016). Entrepreneurship as practice: grounding contemporary practice theory into entrepreneurship studies. Entrepreneurship and Regional Development, 28(9-10), 813-816.
Valadares, J. L., & Emmendoerfer, M. L. (2015). A Incorporação do Empreendedorismo no Setor Público: reflexões baseadas no contexto brasileiro. Revista de Ciências da Administração, 17(41), 82-98. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2015v17n41p82
Warde, A. (2005). Consumption and Theories of Practice. Journal of Consumer Culture, 5(2), 131-153. https://doi.org/10.1177/1469540505053090
Watson, T. J. (2013). Entrepreneurship in action: Bringing together the individual, organizational and institutional dimensions of entrepreneurial action. Entrepreneurship and Regional Development, 25(5-6), 404-422.
Whittington, R. (2006). Completing the Practice Turn in Strategy Research. Organization Studies, 27(5), 613-634. https://doi.org/10.1177/0170840606064101
Zen, A. C., & Fracasso, E. M. (2008). Quem é o empreendedor? as implicações de três revoluções tecnológicas na construção do termo empreendedor. Revista de Administração Mackenzie, 9(8), 135-150. https://doi.org/10.1590/S1678-69712008000800008
Zica, R. M. F., Martins, H. C., Gomes, O. A., & Gonçalves, C. A. Ação empreendedora e constituição de micro e pequenas empresas: um estudo sobre a evolução quantitativa de negócios formais no estado de Minas Gerais. (2016). Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil, IX EGEPE.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores, no ato da submissão, aceitam a declaração abaixo:
Nós autores mantemos sobre nosso artigo publicado os direitos autorais e concedemos à revista Contextus o direito de primeira publicação, com uma licença Creative Commons na modalidade Atribuição – Não Comercial 4.0 Internacional, a qual permite o compartilhamento com reconhecimento da autoria e da publicação inicial nesta revista.
Temos ciência de estarmos autorizados a assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), também com reconhecimento tanto da autoria, quanto da publicação inicial neste periódico.
Atestamos que o artigo é original ou inédito, não foi publicado, até esta data, em nenhum periódico brasileiro ou estrangeiro, quer em português, quer em versão em outra língua, nem está encaminhado para publicação simultânea em outras revistas.
Sabemos que o plágio não é tolerado pela revista Contextus e asseguramos que o artigo apresenta as fontes de trechos de obras citadas, incluindo os de qualquer trabalho prévio produzido e publicado pelos próprios autores.
3.png)
1.jpg)
1.jpg){kind=small}
1.jpg)
1.jpg)
.jpg)
1.jpg)
1.jpg)
1.jpg)
1.jpg)
1.jpg)
2.png)
1.jpg)
2.jpg)
1.jpg)
1.jpg)
1.jpg)
1.jpg)
