Pode o subalterno avaliar?
Possibilidades de um giro contra-hegemônico como opção descolonial no campo da avaliação de políticas públicas
Palavras-chave:
Avaliação de Políticas Públicas, Epistemologia, Estudos DescoloniaisResumo
Considerando que o campo da Avaliação de Políticas Públicas conforma a produção de conhecimento científico em um sistema-mundo colonial moderno, questionamos como aspectos relacionados à colonialidade, subalternidade e racialidade são considerados ou se articulam no desenvolvimento desse campo. Objetivamos situar elementos epistemológicos, metodológicos e teórico-conceituais de perspectivas diversas da Avaliação de Políticas Públicas sob a ótica da contracolonialidade e descolonialidade, operando os signos da raça, gênero e Estado-nação como ferramentas coloniais. Metodologicamente, sistematizamos o campo, discutindo seus limites e possibilidades no âmbito destes fenômenos, tencionando fundamentar uma crítica. Concluímos que, apesar de as perspectivas pluralistas e contra-hegemônicas se desenvolverem na tentativa de superar práticas que desconsiderem a vida no exercício da avaliação de políticas, o campo da avaliação opera a colonialidade. Portanto, propomos incrementar a crítica visando a atualização e o desenvolvimento do campo, a fim de estabelecer a possibilidade do exercício descolonial de avaliação.