Tocqueville e as dinâmicas do progresso e da crise na democracia
Palabras clave:
Tocqueville. Democracia. Progresso. Crise.Resumen
Este artigo investiga como, em Tocqueville, as dinâmicas do progresso e da crise, na democracia, aparecem essencialmente interligadas nas análises do pensador francês. Tocqueville reflete como a democracia modificou os hábitos e costumes dos sujeitos na modernidade. A democracia proporcionou uma mobilidade social antes inexistente, gerando uma melhoria na vida dos indivíduos, à luz do espírito da igualdade. Porém, Tocqueville enfatiza os limites das melhorias sociais, econômicas e políticas no capitalismo, em que os sujeitos passam a desenvolver um sentimento de melancolia e frustração, além de um individualismo crescente, que pode corroer os laços de solidariedade fundamentais para a democracia. Haveria, sobretudo, o risco da existência de formas despóticas no interior das instituições democráticas, além da incorporação das desigualdades dos tempos antigos na própria democracia. Nesse sentido, Tocqueville mostra como as dinâmicas do progresso e da crise coexistem na democracia, analisando fenômenos políticos, sociais e econômicos, que apontam tanto para um progresso, como, ao mesmo tempo, para uma crise inerente a tal progresso, havendo a possibilidade da degeneração da democracia e de seu espírito da igualdade. Trata-se de uma abordagem pouco debatida nos estudos sobre Tocqueville, embora determinante para a filosofia política.
Citas
ARENDT, H. Sobre a Revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
FURET, F. Marx e a Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1989.
FURET, F. Prefácio. O sistema conceptual da Democracia na América. In: TOCQUEVILLE, A. A democracia na América (livro I): leis e costumes: de certas leis e certos costumes políticos que foram naturalmente sugeridos aos americanos por seu estado social democrático. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2014. p. 11-49.
JASMIN, M. Prefácio: Tocqueville e a nova pobreza do capitalismo industrial. In: REIS, H (Org.). Democracia e miséria. São Paulo: Discurso editorial, 2020, p. 9-13.
LÖWITH, K. De Hegel a Nietzsche: a ruptura revolucionária no pensamento do século XIX: Marx e Kierkegaard. São Paulo: Unesp, 2014.
MARX, K. Sobre a Questão Judaica. São Paulo: Boitempo, 2010.
OLIVEIRA, J. O Republicanismo de Tocqueville como crítica ao despotismo nas eras democráticas. Pensando – Revista de Filosofia, Teresina, v. 10, n. 21, 2019, p. 123-131.
OLIVEIRA, J; CARVALHO, M. Secularismo, religião e o problema da emancipação humana em Marx. Veritas, Porto Alegre, v. 66, n. 1, 2021, p. 1-13.
RANCÌERE, J. O ódio à democracia. São Paulo: Boitempo, 2014.
TAYLOR, C. A ética da autenticidade. São Paulo: Realizações Editora, 2011.
TAYLOR, C. As Fontes do Self: a constituição da identidade moderna. 4. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2013.
TOCQUEVILLE, A. A democracia na América (livro I): leis e costumes: de certas leis e certos costumes políticos que foram naturalmente sugeridos aos americanos por seu estado social democrático. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2014a.
TOCQUEVILLE, A. A democracia na América (livro II): sentimentos e opiniões de uma profusão de sentimentos e opiniões que o estado social democrático fez nascer entre os americanos. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2014b.
TOCQUEVILLE, A. Ensaio sobre o pauperismo. In: REIS, H (Org.). Democracia e miséria. São Paulo: Discurso editorial, 2020a, p. 159-186.
TOCQUEVILLE, A. O antigo regime e a revolução. São Paulo: Edipro, 2017.
TOCQUEVILLE, A. Segundo ensaio sobre o pauperismo. In: REIS, H. (Org.). Democracia e miséria. São Paulo: Discurso editorial, 2020b. p. 187-204.
VAZ, L. Antropologia filosófica. 8. ed. São Paulo: Loyola, 2006. v. 1.
VAZ, L. Raízes da modernidade: escritos de filosofia VII. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2012.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Juliano Cordeiro da Costa Oliveira

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
- Los autores mantienen los DERECHOS AUTORALES otorgados a la revista O el Derecho de Primera Publicación, con el trabajo licenciado simultáneamente a Creative Commons License Attribution (CC BY) que permite compartir el trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Los autores pueden aceptar contratos, distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo: publicación en el repositorio institucional o como capítulo del libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Se permite a los autores publicar y distribuir su trabajo on-line (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) durante el proceso editorial de información de que el artículo está en proceso de publicación. Esto puede aumentar el impacto y cita de trabajos publicados.
SOBRE COPYRIGHT Y POLÍTICA DE ACCESO LIBRE
La revista utiliza la atribución CC BY