Alcibíades, o "natural" não-filósofo
Palabras clave:
Alcibíades. Paixões. Scala amoris.Resumen
Partindo do pressuposto de que no projeto pedagógico de Sócrates, Alcibíades foi considerado um grande fracasso, proponho retomar o Banquete de Platão, cotejado com Vida de Alcibíades de Plutarco e História da Guerra do Peloponeso de Tucídides, para pensar o movimento das paixões na figura do controverso general e político ateniense, discípulo apaixonado por Sócrates, cuja estrutura psíquica se situa entre a dimensão dos desejos voltados para os apetites e para a glória individual. Na sua ânsia de viver intensamente, Alcibíades revela ter consciência e até mesmo prazer em ser um não-filósofo que dialoga e teme o discurso de seu outro, o filósofo, representado por Sócrates. Proponho, pois, que o impedimento de Alcibíades para se tornar filósofo é o fato de não atingir o percurso final da scala amoris, visto desejar com intensidade o indivíduo Sócrates, apesar da ausência de beleza corpórea de seu amado, além de reconhecer e louvar suas belas ações, o que permite pensar que atingiu a esfera da beleza das almas.
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