A questão da possibilidade da liberdade na crítica da razão pura: uma interpretação de B560 e B586
Palavras-chave:
Liberdade Transcendental. Possibilidade lógica. Possibilidade real. Terceira antinomia.Resumo
É inegável que as passagens B 560 e B 586 da Crítica da Razão Pura sejam aparentemente paradoxais. Isso porque, embora Kant tenha afirmado haver uma possibilidade da liberdade na solução da terceira antinomia (B 560), de forma aparentemente contraditória a esse resultado, alega, numa passagem da nona seção do segundo capítulo do segundo livro da dialética transcendental, sequer ter tido o problema de demonstrar a possibilidade daquele conceito (B 586). Esse problema, correlato à dificuldade de compatibilizarem-se aquelas passagens, é a causa motriz do engendramento deste artigo. Logo, por meio dele, busca-se explicar por que razão tais passagens não são contraditórias. Não o são, porque a acepção do termo “possibilidade” nelas empregadas é ambígua, ou seja, possui mais de um significado. Distinguindo o significado dos conceitos de possibilidade lógica e real presentes nessas duas passagens, pode-se resolver não apenas tal problemática, mas possibilitar uma harmonia sistêmica entre a primeira e a sua segunda grande Crítica em que iria apresentar a análise da mesma racionalidade, mas em seu prático de que da possibilidade da liberdade era dependente.
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