Revista de Ciências Sociais — Fortaleza, v. 52, n. 3, nov. 2021/fev. 2022
DOI: 10.36517/rcs.2021.3.r01
ISSN: 2318-4620

RESENHA

 

 

“Economia do Compartilhamento” e uberização:
Um esquema da “nova razão do mundo” neoliberal

 

SLEE, Tom. Uberização: a nova onda do trabalho precarizado. Tradução de João Peres. São Paulo: Editora Elefante, 2017.

 

 

Thalita Barreto Sarlo OrcID
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Brasil
thalitasarlo@gmail.com

 

O livro fornece uma análise crítica sobre as companhias-líderes de plataformas digitais que estão se estabelecendo globalmente sob o apelo da “Economia do Compartilhamento”. A edição brasileira traz um prefácio de Ricardo Abramovay que concorda com a crítica do livro: “a revolução digital só vai melhorar a vida das sociedades contemporâneas se ela se apoiar em real abertura, em participação transparente e em redução das desigualdades” (SLEE, 2017, p. 30). Uma nota da edição explica a mudança para o título “Uberização — a nova onda do trabalho precarizado” para acentuar os aspectos mais perversos da uberização no Brasil.

O título original dado por Tom Slee é, de fato, mais fidedigno ao conteúdo do livro: “What’s Yours is Mine: Against the Sharing Economy”, pois, brincando com o cinismo da Economia do Compartilhamento, “o que é meu é seu”, o autor já expõe que irá desmistificar esse movimento demonstrando o porquê, na verdade, trata-se de modelos de negócios desregulados de concentração de renda para uma pequena fatia bilionária da sociedade.

A leitura é um convite à reflexão com linguagem simples e objetiva. Trata de aspectos econômicos, sociológicos, morais e éticos baseados em pesquisa empírica. Apesar de o autor não ser um sociólogo, o livro traz contribuições importantes, especialmente no atual debate sobre a uberização, mas peca em não se ater aos aspectos que a Teoria Social já anuncia há muito tempo, como a forma de atuação do sistema neoliberal e do próprio capitalismo. Como bem interpretaram Dardot e Laval (2016), as oligarquias burocráticas e políticas, as multinacionais, os atores econômicos e financeiros formam uma coalização de poderes capazes de transformar a sociedade, destruir regras, instituições, direitos, e produzir novas formas de vida. Essa “nova razão do mundo” neoliberal tem diversas dimensões e é, sobretudo, global. Isso vai abrir um precedente para entender como as plataformas digitais analisadas no livro redesenhado estão ganhando espaço em todo o mundo. Portanto, saber como surgiram os negócios das plataformas digitais, sua atuação e seu crescimento é fundamental para a compreensão do esquema neoliberal de condução da sociedade.

Na primeira sessão do livro, o autor apresenta o que é a Economia do Compartilhamento: “uma onda de novos negócios que usam a internet para conectar consumidores com provedores de serviço para trocas no mundo físico, como aluguéis imobiliários de curta duração, viagens de carro ou tarefas domésticas” (SLEE, 2017, p. 33). Destaca a Uber e o Airbnb dada a preponderância dessas empresas no ramo. Boa parte das companhias que atuam no movimento da Economia do Compartilhamento são um fenômeno do Vale do Silício nos Estados Unidos, onde “sempre se viu e se apresentou como sendo mais que dinheiro: lá também se construiria um futuro melhor.” (SLEE, 2017, p. 33) O que o autor percebe vai de encontro às contribuições da Teoria Social para a crítica ao capitalismo contemporâneo. Isso pode ser encontrado em autores como o sociólogo Richard Sennett, na sociologia de Luc Boltanski e Éve Chiapello e na crítica do filósofo André Gorz. A crítica da Economia do Compartilhamento que faz o autor poderia ser, pela ótica sociológica, uma crítica ao próprio capitalismo.

Para Richard Sennett (2006), a cultura do novo capitalismo é colocada por uma elite global (acionistas) nos setores mais avançados da economia, como a alta tecnologia e as finanças globais, e essa pequena fatia da sociedade exerce uma influência cultural imensa. São essas novas instituições que indicam a nova formulação das capacidades e capacitações pessoais, a cultura do consumo e, por sua vez, influenciam a política.

Para André Gorz (2005), em sua crítica ao capitalismo contemporâneo, “marketing e propaganda fabricam valores simbólicos, estéticos e sociais. Ligados às inovações, tornam obsoletos os produtos existentes, e conseguem para a empresa um mercado que durante algum tempo é protegido contra a concorrência de outras empresas” (GORZ, 2005, p. 11). Adiante, iremos ver que a obra aqui analisada tem muito dessa análise.

A Economia do Compartilhamento traz promessas de um mundo melhor: ajudar indivíduos vulneráveis a tomar controle de suas vidas tornando-os microempresários, ser uma alternativa sustentável para o comércio de grande circulação, formar uma comunidade de indivíduos que podem contar mais uns com os outros e serem menos consumidores passivos e materialistas... É a capacidade do capitalismo de “assimilar a crítica”, conforme reconheceram Boltanski e Chiapello (2009).

Por que não usar a Uber em vez de comprar o carro? Podemos priorizar o acesso em detrimento da propriedade, e nos livrarmos de um consumismo ao qual muitos de nós nos sentimos presos. (SLEE, 2017, p. 35)

Tom Slee elucida que compartilha dos ideais para os quais a Economia do Compartilhamento apela: igualdade, sustentabilidade e comunidade. No entanto, argumenta que a Economia do Compartilhamento está invocando esses ideais para construir gigantescas fortunas privadas, erodir comunidades reais, encorajar mais formas de consumismo e criar um futuro mais precário e desigual do que nunca. Para a Teoria Social, isso apenas confirma teses diferentes sobre o capitalismo e a precariedade. Argumentos nesse sentido podem ser encontrados também nos sociólogos brasileiros Fabrício Maciel (2018) e Ricardo Antunes (2018).

Na segunda sessão, o autor fala sobre a existência da Peers, uma organização que dá suporte ao movimento da Economia do Compartilhamento de forma seletiva, funcionando como lobista do Vale do Silício. Uma de suas atuações foi conseguir que redes de transporte como a Uber e Lyft operassem legalmente na Califórnia.

Na terceira sessão, o autor se dedica à companhia que simboliza a Economia do Compartilhamento: o Airbnb. O capítulo reúne análises das ações da companhia, relatos pessoais do autor, coleta de dados e informações. A publicidade do Airbnb aposta nas narrativas pessoais como parte de sua mensagem: é através de relatos inspiradores de anunciantes que a visita pessoal (imóveis compartilhados) passa a ser vendida como mais interessante que uma diária de hotel. Essa troca informal ocorre por fora das regulações estabelecidas. Slee apresenta as contradições que o Airbnb tem impactado nas cidades turísticas ao redor do mundo tornando-se um negócio lucrativo para donos de várias propriedades imobiliárias que anunciam imóveis não compartilhados na plataforma.1 O apelo ao compartilhamento, portanto, é um discurso que não corresponde, em grande parte, à forma de atuação da empresa.

A crítica ao Airbnb fica mais interessante quando o autor argumenta como a companhia vem mudando a dinâmica das cidades e diminuindo o papel do Estado. O que poderia complementar e ajudar a entender o porquê isso vem acontecendo são os estudos de Dardot e Laval (2016), que compreendem o neoliberalismo como um sistema “nó de forca” que comprime as sociedades deixando pouco espaço para inflexão de políticas. Dessa forma, companhias bem-sucedidas como o Airbnb têm livre espaço de atuação especialmente em nível regulatório.

Na quarta sessão, o autor se dedica ao setor de transporte da Economia do Compartilhamento, fala de como surgiram empresas como a Lyft e a Zipcar,2 mas dá importância especial à Uber por esta ser a maior e a mais bem sucedida. A Uber não começou na Economia do Compartilhamento, mas se tornou parte do movimento com a Uberx3 que até então representa o “grosso do negócio”. Esse serviço fez a Uber se tornar uma gigante com uma capitalização maior que a Ford e a General Motors. Para a Teoria Social esse é um fato simbólico interessante, já que tivemos no capitalismo um regime “fordista” marcado por uma forma específica de acumulação do capital e pelo assalariamento.

A Uber tem causado confusões nas cidades em que opera. O autor chama atenção para o fato de que a empresa deseja ser vista como tem sido colocado nos apelos midiáticos: um futuro inevitável da tecnologia ao qual as prefeituras ao redor do mundo devem se adaptar. Argumenta diversos problemas dessa operação, como o que chama de “parasitismo” nas cidades onde atua, pois consegue evitar custos com seguro, impostos, inspeções veiculares e por isso fornecer um serviço barato. Cita também o lobby pró-Uber contra as regulações já existentes e a criação de regulações próprias, a baixa remuneração dos motoristas, o uso de mecanismos altamente questionáveis como psicologia da persuasão com técnicas de videogame para manter os motoristas trabalhando por mais tempo, a falta de transparência sobre como operam os algoritmos, dentre outros. O autor sustenta a tese de que a Uber gera precariedade para os motoristas, apesar de não entrar muito no quesito de exploração do trabalho no sentido sociológico que conhecemos.

Tendo em vista que a Uber domina o mercado de transporte em várias cidades, o autor mostra como o acesso aos direitos e à cidadania fica prejudicado. Propõe que existe então uma contradição: a Uber reivindica fornecer deslocamento urbano, mas dentro das regras que lhes são favoráveis. Slee, provocativamente, coloca que o mercado de compartilhamento de viagens opera na lógica “vencedor leva tudo” e reestruturar o sistema de trânsito para acomodar a Uber, permitindo que sua atuação seja livre de taxas e regulações, é algo questionável: “em que tipo de cidade viveríamos com a Uber no volante?” (SLEE, 2017, p. 123). Podemos a partir disso, iniciar uma discussão política e sociológica importante: por que uma empresa que está visando lucro não pode ter um papel tão preponderante numa cidade?

Em um de muitos casos em que as empresas da Economia do Compartilhamento querem ter todas as vantagens, a Uber dá de ombros: a legislação não se aplica a eles porque não são um serviço público, mas meramente uma corporação de tecnologia que conecta motoristas e passageiros, e portanto, eles não têm “dever legal ou contratual de se submeter à lei” (SLEE, 2017, p. 135).

Na quinta sessão, “vizinhos ajudando vizinhos”, o autor expõe mais a questão do trabalho precário e a subordinação ambígua dos trabalhadores às empresas. Fala especialmente das plataformas digitais que intermediam serviços pessoais e domésticos como limpeza, manutenção e entregas. A diferença dessas empresas para a Uber e a Airbnb é que ainda não há uma empresa vencedora. A Taskrabbit foi a primeira empresa do segmento. A ideia começou seguindo a mesma lógica que as outras corporações da Economia do Compartilhamento: vizinhos ajudando vizinhos e assim como as outras, argumenta Slee, a intenção foi suplantada pelo duro mundo do livre mercado: “o valor de vizinhança foi invocado para justificar uma nova forma de emprego precário” (SLEE, 2017, p. 159).

A Homejoy foi uma empresa criada pelo braço de investimentos de capital de risco do Google para fornecer limpeza de casas. O site do Homejoy dizia “garanta a limpeza de seu espaço”, mas como bem notou o autor, o termo de serviço enfatizava que “a companhia não provê serviços de limpeza e não é fornecedora de serviços de limpeza” e o serviço é uma plataforma de comunicação entre quem procura serviços de limpeza e quem oferece. A lógica é a mesma da Uber. O Handy é similar ao Homejoy e, assim como as outras, diz ser apenas uma “plataforma digital”. Os executivos focaram em criar uma rede que passa confiança e para isso introduziram um sentimento de familiaridade, normalidade e rotina no processo de agendar uma faxina por aplicativo, algo comparado com a confiança que foi criada nas vendas pela internet. As entregas são o último ponto dessa sessão que cita empresas como a Instacart, a Postmates e a tentativa de expansão de negócio da Uber.

Hoje sabemos o quanto o ramo se expande. Uma reportagem da revista Exame em 2019 mostrou que os aplicativos Uber e Ifood juntos se tornaram o “maior empregador” do Brasil. Essa expansão vem sendo debatida no Brasil e no mundo, principalmente, em torno da relação com a precarização do trabalho.4

A sexta sessão fala especialmente da relação de confiança entre estranhos criada artificialmente pelas companhias da Economia do Compartilhamento. Esses sistemas são baseados em recomendações e classificações: as regras de proteção ao consumidor são substituídas por algoritmos. Os estudos demonstrados confirmam que esses sistemas falham em distinguir serviços de alta qualidade e qualidade ruim e ainda tendem a ser injustos com usuários e fornecedores de serviço.

Na sessão sete, o autor descreve como ideias de abertura digital como a Economia do Compartilhamento foram rapidamente apropriadas pelo lucro privado. Para isso, conta brevemente a história dos mercados digitais e sua capacidade de tornar obsoleto o mercado antes existente. Exatamente como bem entendeu André Gorz, já citado aqui. A tecnologia que prometeu minar a produção em massa acabou por promover um retorno aos grandes vendedores e empresas globais. O capítulo fala também do movimento dos dados abertos inclusive para ser aplicado em governos com engajamento em ideias de liberdade civil e direito dos cidadãos. Esse é um tema sobre o qual as Ciências Sociais devem se debruçar daqui em diante.

Na oitava sessão, continuando o assunto da sessão anterior, o autor traz a contribuição de outras “empresas sociais”, além da Economia do Compartilhamento, que apostam na ideia de que o empreendedorismo é o caminho certo para resolver problemas sociais. Novamente, os estudos de Dardot e Laval (2016) seriam essenciais para compreensão dessa dimensão do empreendedorismo tão característica do neoliberalismo. Nesse sentido, os autores destacam que a lógica empreendedora faz parte do sistema normativo neoliberal que estende a lógica do capital a todas as relações sociais e todas as esferas da vida. Essa lógica tem consequências diversas, entre elas o egoísmo e até mesmo a negação à solidariedade social.

Na última sessão, o autor retoma a escolha do título do livro — o que é seu é meu — para contar que seu impulso para escrever este livro foi um sentimento de traição. Slee afirma que a Economia do Compartilhamento tornou-se um “playground de bilionários”: “a promessa de um caminho mais humano para o mundo corporativo é, ao contrário do que possa parecer, uma forma mais agressiva de capitalismo, com desregulação, novas formas de consumismo e uma nova onda de trabalho precarizado.” (SLEE, 2017, p. 297). E aponta, mais uma vez, um conflito ainda sem solução entre capital e Estado. Contudo, Slee também mostra algumas resistências que têm surgido a esse modelo com relatos de processos judiciais, estudos de cientistas sociais e juristas assinalando alguma saída. Todavia, por fim conclui que as tendências não são positivas, pois esses mercados da “Economia do Compartilhamento” tendem a crescer. O diagnóstico não positivo de Slee vai de encontro ao que Dardot e Laval (2016) entendem como a nova racionalidade neoliberal que, para além do esquema de coalizão de forças das grandes multinacionais, dos fatores sociológicos e políticos, existe também a subjetivação neoliberal que opera nos indivíduos e na vida comum, conduzindo à destruição das condições do coletivo e, portanto, enfraquecendo a capacidade de agir contra o neoliberalismo.

Hoje, quatro anos depois da publicação deste livro, sabemos que o crescimento de empresas como a Uber e aplicativos de entrega está cada vez maior.5 Logo, a contribuição desta obra deve interessar à Sociologia e a todos que procuram entender as mudanças sociais que envolvem a tecnologia, relações de capital e trabalho e papel do Estado.

Referências

ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018.

APPS como Uber e iFood se tornam “maior empregador” do Brasil. Exame, 28 abr. de 2019. Disponível em: exame.com. Acesso em: 12 jul. de 2021.

BOLTANSKI, Luc; CHIAPELLO, Eve. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.

BUREAU INTERNACIONAL DO TRABALHO (BIT). Les plateformes de travail numérique et l’avenir du travail. Pour un travail décent dans le monde en ligne. Genève: BIT, 2019. Disponível em: www.ilo.org. Acesso em 14 Jun. 2021.

DARDOT, Pierre e LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaios sobre a sociedade neoliberal. São Paulo, SP: Editora Boitempo, 2016.

GIGA uberização do trabalho. Dir. Carlos Juliano Barros, Caue Angeli, Maurício

Monteiro Filho. Produção Reporter Brasil. Brasil, 2019.

GORZ, Andre. O Imaterial. Conhecimento, valor e capital. São Paulo: Annablume, 2005.

MACHADO, Leandro. Greve dos entregadores: o que querem os profissionais que fazem paralisação inédita. Disponível em:www.bbc.com. Acesso em: 30 de outubro de 2020.

MACIEL, Fabrício. A generalização da precariedade: trabalho e classes no capitalismo contemporâneo. Revista Sociedade e Estado — Volume 33, Número 3, Setembro/Dezembro 2018.

NÚMERO de motoristas por aplicativo cresce 137% em 8 anos. Disponível em: summitmobilidade.estadao.com.br Acesso em: 30 de outubro de 2020.

OLIVEIRA, Carol; SALOMÃO, Karin. Os números secretos da Uber: US$ 1 bi no Brasil, US$ 11 bi no mundo. Disponível em: exame.com. Acesso em: 30 de outubro de 2020.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). Memoria del director general: trabajo decente. Genebra: OIT, 1999. Disponível em: www.ilo.org. Acesso em 15 Jun. 2021.

SENNETT, Richard. A cultura do novo capitalismo. Rio de Janeiro; São Paulo: Record, 2006.


  1. Imóveis não compartilhados são aqueles que não são feitos por anfitriões que estarão no imóvel, e pode se tratar de aluguel do imóvel inteiro. Neste caso, o anunciante oferece um imóvel como se fosse uma hospedagem de hotel, mas não precisa passar por regulação, inspeções, taxas de turismo, etc.↩︎

  2. Zipcar é uma empresa norte-americana de consumo compartilhado de veículos. A Lyft é uma empresa também norte americana que atua de forma similar a Uber, ou seja, através da plataforma digital presta um serviço de mediação entre motoristas e passageiros. A empresa é muito popular nos Estados Unidos e opera apenas nos EUA e Canadá, diferente da Uber que está em vários países.↩︎

  3. A Uberx é o serviço mais popular da Uber, que se baseia em motoristas que oferecem viagens particulares através do aplicativo.↩︎

  4. A produção acadêmica crítica, a produção de documentários e filmes que mostram da uberização aparecem nesse contexto. Como é o caso do documentário brasileiro GIG — Uberização, que mostra a perspectiva dos trabalhadores uberizados e especialistas falando sobre o tema. Outras iniciativas, como o Fairwork, a da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e também a Bureau Internacional do Trabalho (BIT) têm proposto melhores condições de trabalho. Também surgem movimentos na forma de protesto, como foi o movimento dos “entregadores antifascistas” (iniciado em São Paulo no ano de 2020) que também surgiu nesse cenário denunciando as precárias condições de trabalho dos entregadores de aplicativos. Sobre o movimento, recomendo a reportagem da BBC Brasil em Machado (2020).↩︎

  5. Sobre o crescimento da Uber, ver Oliveira e Salomão (2020) e Número (2020).↩︎

Resumo:
Resenha de SLEE, Tom. Uberização: a nova onda do trabalho precarizado. Tradução de João Peres. São Paulo: Editora Elefante, 2017.

Palavras-chave:
Plataformas digitais; Economia do compartilhamento; Uberização; Neoliberalismo.

 

Abstract:
Book review of SLEE, Tom. Uberização: a nova onda do trabalho precarizado [What’s Yours is Mine: Against the Sharing Economy]. Translated by João Peres. São Paulo: Editora Elefante, 2017.

Keywords:
Digital platforms; Sharing economy; Uberization; Neoliberalism.

 

Recebido para publicação em 22/02/2021
Aceito em 21/07/2021