"Mãe, não tem problema tu chorar tá?": Cuidados Paliativos em Oncologia Pediátrica // “Mom, no problem for you to cry, okay?”: palliative care in pediatric oncology

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/revpsiufc.15.2024.e024015

Palavras-chave:

Cuidado paliativo;, oncologia pediátrica;, equipe multiprofissional;, psicologia

Resumo

O processo de morte e morrer é um tabu na sociedade contemporânea. Existe resistência em discorrer sobre essa temática, principalmente relacionada à infância e à adolescência, dificultando o cuidado de pacientes com doenças ameaçadoras da vida. Os cuidados paliativos em oncopediatria buscam auxiliar pacientes e familiares a terem maior conforto e qualidade de vida no processo de adoecer e morrer. O objetivo foi investigar como se dá o trabalho da equipe multiprofissional em cuidados paliativos pediátricos (CPP) e a percepção dos profissionais acerca do trabalho do psicólogo nesse contexto. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. Foram entrevistados onze profissionais (online e presencial), que atuam e/ou atuaram em CPP. O material foi analisado a partir dos pressupostos de Minayo (2010). Os resultados evidenciaram que a equipe de CPP pode proporcionar maior qualidade de vida e bem-estar a todos envolvidos. O psicólogo foi percebido pela equipe multiprofissional como parte fundamental, auxiliando na ressignificação do sofrimento, na elaboração do processo de finitude e na mediação da relação paciente, família e equipe. São escassas as pesquisas relacionadas à morte de criança/adolescente em oncologia pediátrica e poucos profissionais atuando nessa área. Sugerem-se pesquisas que escutem as necessidades das crianças e pais sob CPP.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniele da Silva Barbosa Agostta, Universidade Feevale

Universidade Feevale, Novo Hamburgo, Brasil. Psicóloga pela Universidade Feevale/RS . ORCID: https://orcid.org/0009-0005-7618-5122.  Email: danyagostta@gmail.com . Endereço: Av. Irineu Becker 172 apto 200, Centro Dois Irmãos-RS- CEP: 93950-000.

Carmen Esther Rieth, Universidade Feevale

Universidade Feevale, Novo Hamburgo, Brasil. Psicóloga pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos/RS e Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-1650. Email: carmener@feevale.br. Endereço: Universidade Feevale, RS-239, 2755 – Vila Nova Novo Hamburgo – RS – 93525-0785

Referências

Academia Nacional de Cuidados Paliativos. (2022). Quem somos. São Paulo: ANCP. Recuperado de http://www.paliativo.org.br/ancp.php?p=quemsomos

Ariès, P. (1977). A história da morte no ocidente. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

Barros, E. (2015). Experiências de pais frente à perda de um filho por câncer pediátrico. Tese de Doutorado em Ciências, Curso de Pós-Graduação em Ciências. São Paulo: Fundação Antônio Prudente.

Brasil. (2005). Ministério da Saúde. Portaria GM nº 2.439, de 08 de dezembro de 2005. Brasília: Diário Oficial da União.

Brasil. (2013). Ministério da Saúde. Portaria GM nº 874, de 16 de maio de 2013. Brasília: Diário Oficial da União.

Brasil. (2018). Ministério da Saúde. Resolução nº 41, de 31 de outubro de 2018. Brasília: Diário Oficial da União.

D’Alessandro, M. P. S., Pires, C. T. & Forte, D. N. (2020). Manual de cuidados paliativos. São Paulo: Hospital Sírio-Libanês; Ministério da Saúde. Recuperado de https://cuidadospaliativos.org/uploads/2020/12/Manual-Cuidados-Paliativos.pdf

Fonseca, L. G. A., Panciera, S. D. P. & Zihlmann, K. F. (2021). Hospitalização em oncologia pediátrica e desenvolvimento infantil: interfaces entre aspectos cognitivos e afetivos. Psicologia, Ciência e Profissão, Brasília, 41(spe3). Recuperado de https://doi.org/10.1590/1982-3703003189238

França, J. R. F., Costa, S. F. G., Nóbrega, M. M. L., Lopes, M. E. L. & França, I. S. X. (2013). The importance of communication in pediatric oncology palliative care: focus on humanistic nursing theory. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 21(3), 780-786. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/rlae/v21n3/0104-1169-rlae-21-03-0780.pdf.

Franco, M. H. P. (2008). Trabalho com pessoas enlutadas. In Carvalho, V. A. (Org.). Temas em psico-oncologia. São Paulo: Summus.

Gurgel, L. A. & Lage, A. M. V. (2013). Cuidados paliativos em oncologia pediátrica: uma perspectiva de atuação psicológica. Revista da SBPH, Rio de Janeiro, 16(1), 141-149.

Hermes, H. R. & Lamarca, I. C. A. (2013). Cuidados paliativos: uma abordagem a partir das categorias profissionais de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 18(9), 2577-2588.

Iglesias, S., Zollner, A. & Constantino, C. (2016). Cuidados paliativos pediátricos. Residência Pediátrica, São Paulo, 6(1), 38-46.

Instituto Nacional do Câncer. (2010). Comunicação de notícias difíceis: compartilhando desafios na atenção à saúde. Rio de Janeiro: Inca.

Instituto Nacional do Câncer. (2022). O que é o câncer. Rio de Janeiro: Inca. Recuperado de https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/o-que-e-cancer

Kovács, M. J. (2003). Educação para a morte: desafio na formação de profissionais de saúde e educação. São Paulo: Casa do Psicólogo; Fapesp.

Kovács, M. J. (2010). Sofrimento da equipe de saúde no contexto hospitalar: cuidando do cuidador profissional. O Mundo da Saúde, 34(4), 420-429. Recuperado de doi:10.15343/0104-7809.20104420429

Kovács, M. J. (2011). Instituições de saúde e a morte: do interdito à comunicação. Psicologia, Ciência e Profissão, Brasília, 31(3), 482-503.

Kübler-Ross, E. (2008). Sobre a morte e o morrer: o que os doentes terminais têm para ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e aos seus próprios parentes. (9ª ed.). São Paulo: WMF Martins Fontes.

Machado, K. D. G., Pessini, L. & Hossne, W. S. (2007). A formação em cuidados paliativos da equipe que atua em unidade de terapia intensiva: olhar da bioética. Bioethikos, São Paulo, 1(1), 34-42. Recuperado de https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/o-que-e-cancer.

Maciel, M. G. S., Rodrigues, L. F., Naylor, C., Barbosa, S. M., Burlá, C. & Melo, I. T. V. (2006). Critérios de qualidade para os cuidados paliativos no Brasil: documento elaborado pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Rio de Janeiro: Diagraphic.

Menezes, R. A. (2004). Em busca da boa morte: antropologia dos cuidados paliativos. Rio de Janeiro: Garamond.

Menin, G. E. & Pettenon, M. K. (2015). Terminalidade da vida infantil: percepções e sentimentos de enfermeiros. Revista Bioética, 23(3), 608-614. Recuperado de doi:10.1590/1983-80422015233097.

Misko, M. D. (2012). A experiência da família da criança/adolescente em cuidados paliativos: flutuando entre a esperança e a desesperança em um mundo transformado pelas perdas. Tese de Doutorado em Ciências da Saúde, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, SP: Universidade de São Paulo.

Nascimento, B. R. & Leão-Machado, F. C. (2017). A atuação do psicólogo na área da psico-oncologia pediátrica: uma revisão sistematizada. Revista Uningá Review, Maringá, 32, 1-11.

Oliveira, T., Maranhão, T. & Barroso, M. (2017). Equipe multiprofissional de cuidados paliativos da oncologia pediátrica: uma revisão sistemática. Id on Line Revista de Psicologia, 11(35), 492-530. Recuperado de doi:10.14295/idonline.v11i35.754

Olivier-D’Avignon, M., Dumont, S., Valois, P. & Cohen, S. (2017). The needs of siblings of children with a life-threatening illness, part 1: conceptualization and development of a measure. Palliat Support Care Journal, 15(6), 644-664. Recuperado de http://dx.doi.org/10.1017/S1478951516001127

Pessini, L. & Bertachini, L. (2005). Novas perspectivas em cuidados paliativos: ética, geriatria, gerontologia, comunicação e espiritualidade. Revista Mundo da Saúde, 29(4), 491-509.

Rabello, C. A. F. G. & Rodrigues, P. H. A. (2015). Saúde da família e cuidados paliativos infantis: ouvindo os familiares de crianças dependentes de tecnologia. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 15(2), 379-388.

Reis, J., Dias, S. P. & Mazzaia, M. C. (2009). A assistência da criança na atenção básica e sua relação com o diagnóstico tardio do câncer infantil. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, 7(20), 52-62.

Ribeiro, A. L., Santos, F. G. T., Cardoso, L. C. B., Ferreira, A. M. D., Miguel, M. E. G. B. & Gil, N. L. M. (2021). Cuidados paliativos: percepção da equipe multiprofissional atuante em uma Unidade de Terapia Intensiva. Saúde e Pesquisa, 14(4), 1-12. Recuperado de https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/article/view/8857

Rio Grande do Sul. Assembleia Legislativa. Lei nº 15.277, de 31 de janeiro de 2019. Porto Alegre: Diário Oficial do Estado.

Saltz, E. & Juver, J. (2014). Cuidados paliativos em oncologia. (2ª ed.). Rio de Janeiro: Editora do Senac.

World Health Organization. (2014). Global atlas of palliative care at the end of life: definition of palliative care for children. Geneva: Who. Recuperado de https://www.who.int/nmh/Global_Atlas_of_Palliative_Care

Publicado

2024-08-05

Como Citar

da Silva Barbosa Agostta, D., & Esther Rieth, C. (2024). "Mãe, não tem problema tu chorar tá?": Cuidados Paliativos em Oncologia Pediátrica // “Mom, no problem for you to cry, okay?”: palliative care in pediatric oncology. Revista De Psicologia, 15, e024015. https://doi.org/10.36517/revpsiufc.15.2024.e024015