Escala de Atitudes frente à Homossexualidade (ATHO): construção e produção de evidências de validade / Attitudes towards Homosexuality Scale (ATHO): construction and production of evidence of validity

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/revpsiufc.12.1.2021.10

Resumo

O objetivo do presente artigo foi produzir evidências de validade para uma medida de homofobia. Para isso, foram desenvolvidos processos de adaptação de itens de uma escala de homofobia sutil e manifesta e um survey online com 985 indivíduos brasileiros, maiores de 18 anos e como média de idade de 26,01 anos (DP = 7,52). Além desse instrumento, foi aplicado um questionário sócioidentitário, uma escala de preconceito contra diversidade sexual e de gênero e uma escala de homofobia internalizada. Com a amostra selecionada foram executadas uma Análise Fatorial Exploratória e uma Análise Fatorial Confirmatória, além de medidas para identificar evidências de validade de critério, convergente e concorrente. Os resultados apontaram para a possibilidade de existência de dois modelos na Escala de Atitudes frente à Homossexualidade (ATHO), um com dois fatores, Atitudes Distais (α = 0,855) e Atitudes Proximais (α = 0,819), e outro com fator único (α = 0,881), os dois com ajustes satisfatórios. A correlação com outra medida de preconceito contra diversidade sexual foi significativa, positiva e com elevada magnitude (r = 0,851). Homens, moradores de cidades pequenas ou médias, pessoas que estudaram até o Ensino Médio e indivíduos heterossexuais apresentaram significativamente maiores pontuações na ATHO do que os grupos pares. Esses resultados atestam que há indícios de validade na escala, indicativos de boas propriedades psicométricas e que ela pode ser utilizada para investigação da homofobia.

Palavras-chave: Homofobia; Homossexualidade; Preconceito; Escalas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Albuquerque, P. P., & de Williams, L. C. A. (2015). Homofobia na escola: relatos de

universitários sobre as piores experiências. Temas em Psicologia, 23(3), 663-

Antunes, P. P. S. (2017). Homofobia Internalizada: o preconceito do homossexual

contra si mesmo. São Paulo: Annablume.

Biasutti, M., & Frate, S. (2017). A validity and reliability study of the attitudes toward

sustainable development scale. Environmental Education Research, 23(2), 214-

Borsa, J. C., Damásio, B. F., & Bandeira, D. R. (2012). Adaptação e validação de

instrumentos psicológicos entre culturas: algumas considerações. Paidéia

(Ribeirão Preto), 22(53), 423-432. doi:10.1590/S0103-863X2012000300014

Brown, R. (2011). Prejudice: Its social psychology. John Wiley & Sons.

Brown, T. A. (2006). Confirmatory Factor Analysis for Applied Research. New York,

NY: The Guilford Press.

Cendón, B. V., Ribeiro, N. A., & Chaves, C. J. (2014). Pesquisas de survey: análise das

reações dos respondentes. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa,

(3), 29-48.

Cerqueira-Santos, E., Silva, B. B., Rodrigues, H. dos S., & Santos, L. dos (2016).

Homofobia internalizada e satisfação conjugal em homens e mulheres

homossexuais. Contextos Clínicos, 9(2), 148-158.

Costa, A. B., Bandeira, D. R., & Nardi, H. C. (2013). Systematic review of instruments

measuring homophobia and related constructs. Journal of Applied Social

Psychology, 43(6), 1324-1332.

Costa, A. B., Catelan, R. F., Araujo, C. L. D., Silva, J. P. D., Koller, S. H., & Nardi, H.

C. (2017). Efeito de configuração no apoio ao casamento de pessoas do mesmo

sexo em universitários brasileiros. Psico (Porto Alegre), 48(2), 99-108.

Costa, A. B., Machado, W. de L., Bandeira, D. R., & Nardi, H. C. (2016). Validation

study of the revised version of the Scale of Prejudice Against Sexual and Gender

Diversity in Brazil. Journal of homosexuality, 63(11), 1446-1463.

doi:10.1080/00918369.2016.1222829

Costa, A. B., Peroni, R. O., de Camargo, E. S., Pasley, A., & Nardi, H. C. (2015).

Prejudice toward gender and sexual diversity in a Brazilian Public University:

prevalence, awareness, and the effects of education. Sexuality Research and

Social Policy, 12(4), 261-272.

Damásio, B. F. (2012). Uso da análise fatorial exploratória em psicologia. Avaliação

Psicologica: Interamerican Journal of Psychological Assessment, 11(2), 213-

Del Castillo, M. N. Q., Rodríguez, V. B., Torres, R. R., Pérez, A. R., & Martel, E. C.

(2003). La medida de la homofobia manifiesta y sutil. Psicothema, 15(2), 197-

Ferreira, C. C., & Ferreira, S. P. A. (2015). Vivências escolares de jovens homossexuais

afeminados: estratégias de resistência e permanência. Tópicos Educacionais,

(2), 103-138.

Freitas, H., Oliveira, M., Saccol, A. Z., & Moscarola, J. (2000). O método de pesquisa

survey. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, 35(3), 105-

Frost, D. M., & Meyer, I. H. (2009). Internalized homophobia and relationship quality

among lesbians, gay men, and bisexuals. Journal of counseling psychology,

(1), 97-109.

Gato, J., Carneiro, N. S., & Fontaine, A. M. (2011). Contributo para uma revisitação

histórica e crítica do preconceito contra as pessoas não heterossexuais. REVISTA

CRÍTICA E SOCIEDADE, 1(1), 139-167.

Gato, J., Fontaine, A. M., Leme, V. B. R., & Leme, A. A. (2015). Homofobia

transatlântica: preconceito contra lésbicas e gays em Portugal e no Brasil. Temas

em Psicologia, 23(3), 701-713.

Gormley, B., & Lopez, F. G. (2010). Authoritarian and homophobic attitudes: Gender

and adult attachment style differences. Journal of Homosexuality, 57(4), 525-

Herek, G. M. (1988). Heterosexuals' attitudes toward lesbians and gay men: Correlates

and gender differences. Journal of sex research, 25(4), 451-477.

Herek, G. M. (2004). Beyond “homophobia”: Thinking about sexual prejudice and

stigma in the twenty-first century. Sexuality Research & Social Policy, 1(2), 6-

LaMar, L., & Kite, M. (1998). Sex differences in attitudes toward gay men and lesbians:

A multidimensional perspective. Journal of Sex Research, 35(2), 189-196.

Lima, M. E. O., & Vala, J. (2004). As novas formas de expressão do preconceito e do

racismo. Estudos de psicologia (Natal), 9(3), 401-411.

Lira, A. N. D., & Morais, N. A. D. (2019). Validity Evidences of the Internalized

Homophobia Scale for Brazilian Gays and Lesbians. Psico-USF, 24(2), 361-372.

Marinho, C. D. A., Marques, E. F., Almeida, D. R. D., de Menezes, A. R., & Guerra, V.

M. (2004). Adaptação da escala de homofobia implícita e explícita ao contexto

brasileiro. Paidéia (Ribeirão Preto), 14(29), 371-379.

Morrison, M. A., & Morrison, T. G. (2003). Development and validation of a scale

measuring modern prejudice toward gay men and lesbian women. Journal of

Homosexuality, 43(2), 15–37.

Nagoshi, J. L., Adams, K. A., Terrell, H. K., Hill, E. D., Brzuzy, S., & Nagoshi, C. T.

(2008). Gender differences in correlates of homophobia and transphobia. Sex

roles, 59(7-8), 521-531.

Natarelli, T. R. P., Braga, I. F., Oliveira, W. A. D., & Silva, M. A. I. (2015). O impacto

da homofobia na saúde do adolescente. Escola Anna Nery, 19(4), 664-670.

Obara, A. A., & Alvarenga, M. D. S. (2018). Adaptação transcultural da Escala de

Atitudes Antiobesidade para o português do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva,

, 1507-1520.

Pachankis, J. E., Sullivan, T. J., Feinstein, B. A., & Newcomb, M. E. (2018). Young

adult gay and bisexual men’s stigma experiences and mental health: An 8-year

longitudinal study. Developmental psychology, 54(7), 1-13.

doi:10.1037/dev0000518

Pereira, H., & Leal, I. (2002). A homofobia internalizada e os comportamentos para a

saúde numa amostra de homens homossexuais. Análise Psicológica, 20(1), 107-

Perucchi, J., Brandão, B. C., & Vieira, H. I. D. S. (2014). Aspectos psicossociais da

homofobia intrafamiliar e saúde de jovens lésbicas e gays. Estudos de Psicologia

(Natal), 19(1), 67-76.

Pettigrew, T.F., & Meertens, R.W. (1995). Subtle and blatant prejudice in western

Europe. European Journal of Social Psychology, 25, 57-75.

Plöderl, M., & Tremblay, P. (2015). Mental health of sexual minorities. A systematic

review. International review of psychiatry, 27(5), 367-385.

doi:10.3109/09540261.2015.1083949

Raja, S., & Stokes, J. P. (1998). Assessing attitudes toward lesbians and gay men: The

modern homophobia scale. International Journal of Sexuality and Gender

Studies, 3(2), 113-134.

Ramos, M. de M., & Cerqueira-Santos, E. (2019). Escala de Atitudes Negativas sobre

Afeminação (ANA): adaptação e evidências de validade no Brasil. Psico, 50(2),

Sacco, A. M. (2017). Medidas Implícitas. Em Damásio, B. F., & Borsa, J. C. Manual de

desenvolvimento de instrumentos psicológicos (pp. 173-193). Vetor Editora.

Schreiber, J. B., Stage, F. K., King, J., Nora, A., & Barlow, E. A. (2006). Reporting

structural equation modeling and confirmatory factor analysis results: A review.

The Journal of Educational Research, 99(6), 324-337.

doi:10.3200/JOER.99.6.323-338

Souza, J. M. D. (2013). Bullying: uma das faces do preconceito homofóbico entre

jovens no contexto escolar (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de

Sergipe.

Tougas, F., Desruisseaux, J. C., Desrochers, A., St-Pierre, L., Perrino, A., & de la

Sablonnière, R. (2004). Two forms of racism and their related outcomes: The

bad and the ugly. Canadian Journal of Behavioral Science, 36, 177–189.

Van de Ven, P. (1994). Comparisons among homophobic reactions of undergraduates,

high school students, and young offenders. Journal of Sex Research, 31(2), 117-

Wheaton, B., Muthen, B., Alwin, D. F., & Summers, G. (1977). Assessing Reliability

and Stability in Panel Models. Sociological Methodology, 8(1), 84-136.

doi:10.2307/270754

Publicado

2021-01-01

Como Citar

de Miranda Ramos, M., & Cerqueira-Santos, E. (2021). Escala de Atitudes frente à Homossexualidade (ATHO): construção e produção de evidências de validade / Attitudes towards Homosexuality Scale (ATHO): construction and production of evidence of validity. Revista De Psicologia, 12(1), 127–140. https://doi.org/10.36517/revpsiufc.12.1.2021.10