Revista de Psicologia, Fortaleza, v.16, e025005. jan./dez. 2025

DOI: 10.36517/revpsiufc.16.2025.e025005

 

 

 

 

RECEBIDO EM: 14/09/2024

PRIMEIRA DECISÃO EDITORIAL: 19/02/2025

VERSÃO FINAL: 24/02/2025

APROVADO EM: 10/03/2025

 

As Dimensões do Apego e as Experiências Adversas na Infância em Universitários na Amazônia

The Dimensions of Attachment and Adverse Childhood Experiences in University Students in the Amazon

Las Dimensiones del Apego y las Experiencias Infantiles Adversas en Universitarios Amazónicos

Iara Corrêa Ibiapina

Centro Universitário Metropolitano da Amazônia, Brasil. Graduanda do curso bacharelado em Psicologia. ORCID: https://orcid.org/0009-0008-7066-0043. Email: iaracibiapina@gmail.com

Laura Gemaque Silveira

Universidade Federal do Pará, Brasil, Mestrado em Teoria e Pesquisa do Comportamento. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5948-1644. Email: laurassilveira@outlook.com

Daniela Castro dos Reis

Universidade Federal do Pará, Brasil. Doutorado em Teoria e Pesquisa do Comportamento. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9505-4516. Email: danireispara@gmail.com

Lília Iêda Chaves Cavalcante

Universidade Federal do Pará, Brasil. Doutorado em Teoria e Pesquisa do Comportamento. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3154-0651. Email: liliacavalcante@gmail.com

 

Resumo

As Experiências Adversas na Infância (EAI) podem desenvolver traços ansiosos e/ou evitativos entre os indivíduos. O objetivo deste estudo foi correlacionar o número de experiências adversas vividas na infância com as dimensões do apego em estudantes universitários. A pesquisa foi transversal, de caráter descritivo e exploratório, com amostragem por conveniência. Participaram 58 alunos dos gêneros masculino e feminino, de 18 a 41 anos de idade, de uma universidade pública na Amazônia. Os instrumentos utilizados foram o Formulário Adaptado para Caracterização Biopsicossocial de Autores de Violência Doméstica e a escala Experience in Close Relationships – Reduzida (ECR-R-Brasil). Os dados foram analisados por meio do Statistical Package for the Social Sciences 2020 (SPSS 20), no qual foi realizado o teste de correlação de Spearman com as variáveis. Os resultados sinalizaram que o número de experiências adversas na infância apresentou correlação positiva com a dimensão ansiedade (rô=0.296, p=0.024), e negativa não significativa com a dimensão evitação (rô=-0.109, p=0.417), o que ratifica achados de pesquisas acerca da relação entre EAI e apego ansioso. Assim, pode-se afirmar que o desenvolvimento de traços ansiosos entre adultos pode ser influenciado por experiências adversas vividas na infância, o que afeta diretamente a qualidade das relações amorosas dessas pessoas.

Palavras-chave: Apego; experiências adversas na infância; universitários; ansiedade relacionada ao apego; evitação relacionada ao apego.

 

Abstract

Adverse Childhood Experiences (ACE) can develop anxious and/or avoidative traits among individuals. This study aimed to correlate the number of adverse experiences in childhood with the attachment dimensions in college students. The research was cross-sectional, descriptive, and exploratory, with convenience sampling. A total of 58 male and female students aged between 18 and 41 from a public university in the Amazon took part. The instruments used were the Adapted Form for the Biopsychosocial Characterization of Perpetrators of Domestic Violence and the Experience in Close Relationships - Reduced scale (ECR-R-Brasil). The data was analyzed using the Statistical Package for the Social Sciences 2020 (SPSS 20), in which Spearman's correlation test was carried out with the variables. The results showed that the number of adverse experiences in childhood had a positive correlation with the anxiety dimension (rô=0.296, p=0.024), and a non-significant negative with the avoidance dimension (rô=-0.109, p=0.417), which confirms the findings of previous research into the relationship between ACE and anxious attachment. Thus, it can be said that the development of anxious traits between pipelines can be influenced by adverse experiences lived in childhood, which directly affects the quality of the love relationships of these people.

Keywords: Attachment; adverse childhood experiences; college students; attachment-related anxiety; attachment-related avoidance.

 

Resumen

Las Experiencias Adversas de la Infancia (EAI) pueden desarrollar rasgos ansiosos y/o evitativos en los individuos. El objetivo de este estudio fue correlacionar el número de experiencias adversas de la infancia con las dimensiones de apego en estudiantes universitarios. La investigación fue transversal, descriptiva y exploratoria, con muestreo por conveniencia. Participaron 58 estudiantes, hombres y mujeres, de 18 a 41 años, de una universidad pública de la región amazónica. Los instrumentos utilizados fueron el Formulario Adaptado de Caracterización Biopsicosocial de Perpetradores de Violencia Doméstica y la Escala de Experiencia en Relaciones Cercanas - Reducida (ECR-R-Brasil). Los datos fueron analizados utilizando el Statistical Package for the Social Sciences 2020 (SPSS 20), en el cual se realizó la prueba de correlación de Spearman para las variables. Los resultados mostraron que el número de experiencias adversas en la infancia tenía una correlación positiva con la dimensión ansiedad (rô=0,296, p=0,024), y una correlación negativa no significativa con la dimensión evitación (rô=-0,109, p=0,417), lo que confirma los resultados de las investigaciones sobre la relación entre EAI y apego ansioso. Así, se puede afirmar que el desarrollo de rasgos ansiosos entre los adultos puede estar influido por experiencias adversas de la infancia, que afectan directamente a la calidad de las relaciones amorosas de estas personas.

Palabras clave: Apego; experiencias adversas de la infancia; estudiantes universitarios; ansiedad relacionada con el apego; evitación relacionada con el apego.

 

 

 

 

 

 

 

 

O Desenvolvimento Humano é um processo contínuo e ininterrupto que acontece durante todas as fases da vida do indivíduo (Xavier & Nunes, 2019). Esse processo é influenciado por uma diversidade de fatores sociais, físicos, biológicos, econômicos e culturais que se interconectam mutuamente. Dentre estes, pode-se citar: as dimensões do apego e as experiências adversas, esta última entendida como eventos estressores que ocorrem durante a fase da infância e adolescência do indivíduo e ocasionam efeitos negativos à saúde física e emocional deste (Ferraz, 2021).

No que se refere a um dos fatores que influenciam o desenvolvimento humano, o termo apego, cunhado por John Bowlby e Mary Ainsworth na segunda metade do século XX, refere-se ao vínculo afetivo e duradouro desenvolvido entre os indivíduos, baseado na relação que tiveram com seus cuidadores – referências de proteção e segurança, considerados como figuras de apego – durante os seus primeiros anos de vida, na qual eles aprenderam a desenvolver um modo de se relacionar com outras pessoas ao longo da sua vida (Salinas-Quiroz, Domínguez-Espinosa & Mercado, 2022; Díaz-Mosquera, Merlyn & Latorre, 2024).

Ao se basear nas teorias evolucionistas de Darwin, a respeito da necessidade do vínculo mãe-bebê para a adaptação e sobrevivência do ser humano ao meio, por intermédio da socialização (Silva, Sousa & Feijóo, 2025), é evidente que a relevância dessas figuras de apego está marcada pela necessidade da criança em manter proximidade a alguém que a proporcione segurança e confiança para explorar o ambiente e se relacionar com outras pessoas – fenômeno que constrói uma relação chamada de vínculo de apego (Ainsworth, 1989). Com isso, as crianças desenvolvem os modelos de funcionamento interno, os quais, segundo Bowlby (1969/1982), se configuram por representações mentais e expectativas sobre si e sobre outros que elas constroem a partir das suas percepções das experiências com os seus primeiros cuidadores, isto é, o modo que elas interpretaram a disponibilidade deles, de acordo com as próprias necessidades.

Por esse motivo, Ainsworth, Blehar, Walters e Wall (1978) realizaram um experimento, o Procedimento da Situação Estranha, em que foi desenvolvida uma maneira de analisar as reações dos bebês à ausência e ao retorno dos seus cuidadores dentro do ambiente em que se encontram. Com isso, ela desenvolveu os conceitos dos três estilos de apego para estudar o comportamento dessas crianças nesse contexto: o seguro, o inseguro ansioso/ambivalente e o inseguro esquivo/evitativo.

O primeiro se refere ao bebê seguramente apegado, que se sente confortável em explorar o ambiente, ao buscar o contato físico e ao se aproximar na presença do cuidador e, na ausência, apresenta desconforto, mas consegue explorar o ambiente. O segundo, apego ansioso, expressa uma criança com dificuldade de utilizar a mãe como uma base segura para explorar o ambiente e de ser consolada na presença dela, evidenciando comportamento ambivalente em direção a ela. Já em relação ao terceiro estilo de apego inseguro, o evitativo, a criança expressa desconforto com a proximidade e contato com o cuidador, e, quando ele está ausente, não demonstra angústia, diferente das crianças com outros padrões de apego (Bartholomew, 1990)

Dentro dessa lógica, vale ressaltar que esses vínculos desenvolvidos durante a infância podem influenciar os futuros relacionamentos interpessoais na fase adulta, tendo em vista a formação dos modelos funcionais (Bowlby, 1979/2001). Por esse motivo, essa investigação acerca dos vínculos na infância foi aperfeiçoada a partir dos estudos de Hazan e Shaver (1987) os quais desenvolveram uma forma de analisar o apego nos relacionamentos entre adultos. Nessa fase, as figuras de apego tendem a ser os parceiros íntimos, haja vista que, assim como as crianças reconhecem uma base de segurança, conforto e proteção em seus cuidadores, os adultos se tornam propensos a buscar essas características em suas relações amorosas (Ainsworth, 1989).

Com isso, Hazan e Shaver (1987) desenvolveram uma maneira de compreender o apego adulto a partir de uma relação feita entre o conceito dos três estilos de apego com a ideia de amor romântico. Posteriormente, Brennan, Clark e Shaver (1988 citado por Díaz-Mosquera et al. 2024) a partir da análise dos instrumentos de apego adulto por autorrelato existentes à época, desenvolveram a noção de dimensões do apego, notadamente ansiedade e evitação relacionadas ao apego.

A primeira, dimensão ansiedade, envolve a preocupação excessiva com o abandono e busca pela proximidade com suas figuras de apego, o que explica muitos indivíduos que relatam se enquadrar neste cenário, tendo em vista uma maior facilidade em se apaixonar por seus parceiros (Hazan & Shaver, 1987). Asegunda, dimensão evitação, é caracterizada por desconforto com a proximidade devido ao medo de construir vínculos emocionais, o que ocasiona comportamentos que demonstram indiferença mediante à interação ou sentimento no relacionamento romântico, bem como independência em relação ao parceiro (Bartholomew & Horowitz, 1991).

Assim como as dimensões relacionadas ao apego, outro fator que influencia no processo do desenvolvimento do indivíduo se configura pelas Experiências Adversas na Infância (EAI), as quais se referem a eventos estressores com potencial traumático que podem ter efeitos nocivos ao longo da vida do indivíduo, como depressão, alcoolismo, doenças cardíacas, entre outros (Felitti et al., 1998; Ferraz, 2021).

Alguns exemplos de EAI constituem crianças que foram vítimas de perdas pessoais – como morte dos pais ou divórcio –, que sofreram negligência e abuso físico, sexual e emocional, bullying, que testemunharam violência doméstica ou que eram cuidadas por usuários de álcool e drogas, além de outras adversidades (Andrade, Avanci, & Oliveira, 2022).

Além disso, cabe destacar um estudo realizado por Felitti et al. (1998), juntamente com pesquisadores norte-americanos, que aborda a influência significativa do acúmulo de experiências adversas vividas na infância sobre o desenvolvimento de patologias físicas e emocionais na vida adulta da vítima, as quais podem corresponder a um dos fatores de risco para o índice de mortalidade nessa fase.

Ressalta-se que a literatura apresenta evidências de que as dimensões ansiedade e evitação relacionadas ao apego na vida adulta podem estar correlacionadas com as experiências adversas ocorridas na infância. A pesquisa de Yu et al. (2022) afirma que crianças que foram negligenciadas de maneira física e emocional pelos cuidadores são propensas a desenvolver o estilo de apego ansioso dentro dos relacionamentos na fase adulta, por se sentirem indignas de amor e incapazes de confiar em alguém, já que viveram em uma relação inconsistente durante muito tempo com pessoas que deveriam ser referências de segurança e confiança.

Já o estudo de Höltge, Rohner, Heim, Nater, & Thomaz (2022) demonstrou que não apenas os adultos que foram vítimas de negligência emocional, mas também de abuso psicológico na infância apresentam altos níveis de evitação e ansiedade relacionada ao apego, respectivamente. Isso porque, a pesquisa demonstra que crianças que foram negligenciadas emocionalmente passam a ter a perspectiva que as pessoas são pouco solidárias e irresponsáveis, já as quais foram abusadas emocionalmente, ficam com a integridade e o senso de valor afetados negativamente.

Por fim, de acordo com o estudo de Sharon Ahn (2021), pessoas que sofreram experiências adversas frequentemente na infância se tornam propensas a desenvolver traços acentuados de ansiedade relacionada ao apego quando adultas.

Assim, com base nos achados de pesquisa mencionados, o objetivo deste artigo foi correlacionar o número de experiências adversas vividas na infância com as dimensões do apego em estudantes universitários na Amazônia.

Materiais e método

Delineamento

A pesquisa é caracterizada pela natureza básica, de cunho descritivo e exploratório, com delineamento transversal e abordagem quantitativa da análise de dados, tendo como procedimento técnico survey.

Participantes

Participaram da pesquisa 58 estudantes de graduação de ambos os sexos, de uma instituição de ensino superior pública da região Norte do Brasil, dos 1°, 5° e 7° semestres do curso de Bacharelado em Psicologia. Os critérios de inclusão foram: ser maior de 18 anos, e ter ou ter tido um relacionamento íntimo no último ano (casamento, coabitação, namoro ou outro).

Contexto

A pesquisa foi realizada em salas de aula de uma universidade pública em uma capital brasileira no Norte do Brasil, durante os intervalos dos horários de aulas.

Instrumentos

Foram utilizados dois instrumentos: o Formulário Adaptado para Caracterização Biopsicossocial de Autores de Violência Doméstica (Reis, 2016) e a Versão Brasileira da Escala Experience in Close Relationships – Reduzida (ECR – R – Brasil) (Natividade & Shiramizu, 2015).

O Formulário Adaptado para Caracterização Biopsicossocial de Autores de Violência Doméstica é dividido em variáveis: sociodemográficas; informações relacionadas à saúde; experiências adversas na infância e fatores de risco associados à prática de violência entre parceiros.

Para o objetivo da pesquisa, foram consideradas as seguintes EAI: abuso físico, emocional, sexual; consumo de álcool/drogas por familiares no lar; encarceramento de membro da família; familiar com doença mental/psicológica/comportamento suicida; presenciar violência doméstica no lar; um ou nenhum progenitor/divórcio/separação dos pais; negligência emocional; negligência física; violência moral ou bullying; violência comunitária; violência coletiva.

A Versão Brasileira da Escala Experience in Close Relationships – Reduzida (ECR–R–Brasil), traduzida e adaptada por Natividade e Shiramizu (2015), trata-se de uma escala de autorrelato. Esse instrumento contém dez itens que visam investigar o apego adulto a partir das dimensões ansiedade relacionada ao apego – necessidade de proximidade física e emocional com o parceiro, além de alta preocupação com as questões relacionais – e evitação relacionada ao apego – preferência pelo distanciamento emocional e independência na relação. As sentenças descrevem sentimentos e emoções que os participantes podem ter sobre os relacionamentos amorosos e/ou sexuais, em geral. As respostas são dadas sob a escala Likert de 1 (discordo totalmente) e 7 (concordo totalmente). Quanto maiores as pontuações em cada dimensão, maiores os níveis de ansiedade e/ou evitação relacionada ao apego.

Procedimentos de coleta e éticos

Solicitou-se a autorização à Diretoria da instituição de ensino, assim como a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará, CAAE, sob o parecer de número 6.041.949. Em seguida, foi realizado o contato com os professores responsáveis pelas turmas de graduação para agendar os dias da coleta, por meio de e-mail e/ou telefone. Com o agendamento dos dias e horários da aplicação dos instrumentos, a coleta de dados foi realizada por estudantes da graduação em Psicologia previamente treinados, em horários cedidos pelos professores acessados. Os dados foram coletados por autopreenchimento dos participantes, após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Análise de dados

Os dados coletados foram tabulados e organizados em uma planilha do programa Microsoft Office Excel 2016, no qual foram calculados os escores da ECR-R-Brasil. Posteriormente, análises estatísticas descritivas foram realizadas por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), para caracterização da amostra.

Os dados da caracterização biopsicossocial foram organizados em uma tabela com informações acerca de gênero (feminino, masculino e não binário); idade (separada em faixas etárias de 18 a 23 anos, 24 a 29 anos e 30 a 41 anos; cor/etnia, que é composta por negros (pardos e pretos) e não negros (brancos, amarelos e indígenas); religião, compondo católicos e não católicos (agnósticos, protestantes, ortodoxos, evangélicos, ateus, budistas e cristãos); orientação sexual, envolvendo heterossexuais e não heterossexuais (homossexuais, bissexuais, assexuais) e tempo de relacionamento, que é dividido em categorias de menos de um ano, de um à três anos e mais de três anos.

Exceto nos itens de cor/etnia e situação conjugal, o restante das características possuía o item “Sem Informação” (S.I.) na tabela, tendo em vista o não preenchimento dos dados por parte de alguns participantes.

Para a análise descrita das experiências adversas, foi verificado, no preenchimento do instrumento, se os indivíduos sofreram uma, mais de uma ou nenhuma EAI. Além disso, também foram analisadas as frequências de consumo de álcool e drogas por familiares, violência moral ou bullying, negligência emocional, violência doméstica, divórcio dos pais e possuir familiares com doença mental.

 Quanto aos dados sobre apego e EAI, foi realizado o teste de correlação de Spearman para averiguar a relação entre o número de EAI e as dimensões evitação e ansiedade relacionada ao apego. Foram consideradas correlações estatisticamente significativas aquelas com p<0.05. Ademais, a magnitude das correlações foi considerada fraca para valores de 0.1 a 0.3; moderada para valores de 0.4 a 0.6; e forte para valores de 0.7 a 0.9 (Dancey & Reidy, 2019).

Resultados

Os resultados serão divididos em duas seções. Primeiro, serão apresentadas as Características Biopsicossociais e as experiências adversas: gênero, idade, cor/etnia, religião/ crença, situação conjugal, orientação sexual, tempo de relacionamento e experiências adversas. A segunda seção apresenta as correlações entre as dimensões ansiedade e evitação relacionadas ao apego e o número de Experiências Adversas na Infância.

Descrição das Características Biopsicossociais e Experiências Adversas na Infância

Os dados demonstram que a maioria dos participantes são do gênero feminino (n=41; 70.68%) com faixa etária entre 18 e 23 anos (n=42; 72.41%) e que se autodeclaram negros (n=33; 57.89%). Além disso, grande parte dos estudantes não são católicos (n=17; 29.31%) e se enquadram em uma relação heteroafetiva (n=30; 51.72%) que se configura como namoro (n=30; 51.72%), em geral, com tempo de relacionamento entre um a três anos (n=16; 27.58%).

Em relação às características restantes, 14 participantes são do gênero masculino (24.13%) e somente um é identificado como não-binário (1.72%). Ademais, 9 pessoas se enquadram na faixa etária de 24 a 29 anos (15.51%) e apenas cinco possuem entre 30 a 41 anos (8.62%). Ressalta-se que 22 pessoas se autodeclaram como não negras (42.10%) e 17 são católicas (29.31%). No que tange à situação conjugal, 24 estudantes mencionaram ser solteiros (41.37%) e somente quatro possuem união estável (6.89%), além de que 27 deles não se identificam como heterossexuais (46.56%). Informações sobre tempo de relacionamento demonstram que 22 pessoas possuem relação entre um a três anos (37.93%) e somente 9 pessoas estão em um relacionamento por mais de três anos (15.51%).

Entre as características que contém o item “Sem Informação” (S.I.) estão presentes: gênero e idade (n=2; 3.44%); religião (n=16; 27.58%); orientação sexual (n=1; 1.72%) e tempo de relacionamento (n=11; 18.96%).

No que se refere ao número de EAI, 12 pessoas relataram ter sofrido somente uma experiência adversa (20.68%), 39 mencionaram ter experienciado mais de uma (67.24%) e 7 se enquadram no item S.I., já que não relataram se viveram alguma situação adversa na infância. As mais recorrentes foram: consumo de álcool e drogas por familiares – correspondendo a 23 universitários da amostra (39.7%) – violência moral ou bullying – compondo um total de 22 indivíduos, que abrange 37.9% da amostra – negligência emocional, relatado por 17 alunos (29.3%) e violência doméstica, mencionado por 16 estudantes (27.6%). Ademais, 15 graduandos relataram ter presenciado divórcio dos pais e a mesma quantidade também relatou possuir familiares com doença mental, sinalizando um total de 25.9% para cada EAI.

Correlação entre dimensões do apego e o número de Experiências Adversas na Infância

Os resultados das análises estatísticas das correlações bivariadas, utilizando o coeficiente rô de Spearman (medida não-paramétrica), associam as dimensões de apego com as EAI vivenciadas na infância. O resultado sinalizou correlação positiva significativa, porém com poder fraco, entre as variáveis ansiedade relacionada ao apego e número de EAI (rô=0.296, p=0.024), o que demonstra que vítimas de EAI desse grupo podem demonstrar maiores traços de ansiedade relacionada ao apego na idade adulta em seus relacionamentos. Outro dado obtido foi a correlação negativa não significativa com a dimensão evitação (rô=-0.109, p=0.417). Isso evidencia que a dimensão evitação relacionada ao apego, para esta amostra de universitários, não pode ser correlacionada com EAI por eventos potencialmente estressores que ocorreram na infância.

Discussão

Características biopsicossociais dos participantes

Em relação às características biopsicossociais, os estudos com universitários revelaram a predominância do gênero feminino, assim como o resultado sinalizado nesta pesquisa (Bobato, Alves, Benvinuti & Becker, 2021; Guimarães, Flores, Murray & Bertoldi., 2021; Rosendo et al., 2022; Salinas-Quiroz et al., 2022; Teixeira et al., 2022; Díaz-Mosquera et al., 2024)

Ademais, os graduandos da Amazônia possuem idade entre 18 a 23 anos, o que corrobora o estudo de Guimarães et al. (2021), em que a maioria possui entre 18 e 19 anos. As pesquisas de Rosendo et al. (2022) e Teixeira et al. (2022) possuem média de idade de 23 e 24 anos, respectivamente, o que vai de encontro à amostra desta pesquisa, que possui média de 22 anos.

Quanto aos aspectos que envolvem cor/raça, os artigos de Guimarães et al. (2021) e Rosendo et al. (2022) fornecem informações relacionadas à etnia dos discentes, nos quais o grupo amostral de ambos se autodeclara como branco, o que vai de encontro à amostra dos estudantes da Amazônia, em que a maioria é autodeclarada negra.

Ressalta-se que os aspectos associados à religião não estão contidos na caracterização dos participantes de grande parte dos artigos analisados. No entanto, na pesquisa de Bobato et al. (2021) foi encontrado que a maioria dos estudantes da universidade se enquadram na categoria católica, o que vai de encontro aos resultados deste estudo.

Quanto à situação conjugal, estudos realizados com participantes universitários evidenciam que a grande parte deles encontravam-se solteiros (Guimarães et al., 2021; Rosendo et al., 2022; Salinas-Quiroz et al., 2022; Teixeira et al., 2022), ao contraria dos dados deste artigo, tendo em vista que o namoro é presente nesta amostragem. O estudo de Bobato et al. (2021) apresenta que a maioria dos estudantes estava namorando. Em relação a evidências de dados sobre a orientação sexual de graduandos, os estudos realizados por Rosendo et al. (2022) demonstram que a grande parcela dos estudantes se enquadra na categoria heterossexual, o que ratifica o resultado desta amostra.

Informações relacionadas ao tempo de relacionamento foram encontradas no artigo de Bobato et al. (2021), o qual investiga a manifestação de violência nas relações amorosas dos estudantes de uma universidade do Sul do Brasil, e demonstra que a maioria dos participantes estava namorando há mais de um ano. Isso corrobora os resultados desta pesquisa, uma vez que os estudantes de psicologia possuem namoro com duração de 1 a 3 anos.

Experiências Adversas na Infância

No que se refere aos achados de pesquisa com participantes que relataram ter sofrido alguma Experiências Adversas na Infância, pode-se citar o estudo de Crouch, Probst, Radcliff, Bennett & McKinney (2019) que declara alta predominância de familiares usuários de álcool e outras drogas, corroborando o resultado sinalizado neste artigo. Além disso, essa pesquisa evidencia predominância de participantes que relataram possuir familiares em situação de encarceramento e que presenciaram morte de familiares durante a infância, aspecto não mencionado nesta pesquisa.

Os dados da pesquisa com discentes da Amazônia identificaram a presença de violência moral ou bullying na infância, o que foi encontrado no estudo de Crouch et al. (2019), em que os participantes relataram tratamento e julgamento injusto devido à raça e etnia, bem como o achado de Lyons, Tibbits, Schmid, Ratnapradipa, & Watanabe‐Galloway (2023) que demonstrou vítimas de cyberbullying.

Assim como nesta pesquisa, os estudos de Stochero et al. (2021) e Lyons et al. (2023) também demonstraram prevalência de negligência emocional. No entanto, também foram encontrados nessas pesquisas relatos de vítimas que sofreram negligência física, dados não sinalizados na amostra de discentes amazônicos.

Quanto à violência doméstica, os achados de Crouch et al. (2019) e Lyons et al. (2023) também demonstraram relatos de vítimas dessa EAI, assim como este estudo. Esta primeira pesquisa também demonstra participantes que presenciaram divórcio dos pais na infância, o que corrobora o grupo amostral de universitários da Amazônia.

Além disso, os mesmos estudos mencionados anteriormente (Crouch et al., 2019; Lyons et al., 2023) também apontam indivíduos que mencionaram conviver com familiares mentalmente doentes, corroborando esta pesquisa.

Cabe destacar que foi encontrado em muitos estudos um alto índice de relatos de participantes vítimas de abuso físico, emocional e/ou sexual, evidência não apresentada no resultado do grupo amostral de estudantes amazônicos (Stochero et al., 2021; Lyons et al., 2023).

Correlação entre dimensões do apego e o número de Experiências Adversas na Infância

No que se refere à correlação positiva entre a dimensão de ansiedade relacionada ao apego e as experiências adversas na infância, o resultado da amostra corrobora as pesquisas de Sharon Ahn (2021) e de Yu et al. (2022), uma vez que a primeira demonstra que jovens que foram vítimas de um grande número de EAI manifestam traços moderados de ansiedade em suas relações românticas, além de serem mais propensos a se sentirem sozinhos, pela tendência de enfatizar as necessidades que não foram atendidas, o que aumenta o sofrimento psíquico.

O estudo de Yu et al. (2022) também aponta que adultos que sofreram negligência física e emocional na infância apresentam traços moderados da dimensão ansiedade. Isso pode ser explicado a partir da pesquisa de Ainsworth et al. (1978), a qual afirma que a tendência de crianças desenvolverem o estilo de apego inseguro se dá pela possível indisponibilidade e escassa proximidade dos cuidadores perante a elas. Consequentemente, na fase adulta, o modelo de funcionamento interno desenvolvido passa a ser pautado pela carência de confiança e de segurança na relação com o parceiro, afetando negativamente sua saúde mental.

Este estudo encontrou dados que corroboram os achados da literatura, por exemplo Höltge et al. (2022), o qual sinalizou que adultos vítimas de abuso emocional na infância estão correlacionados com altos níveis de ansiedade relacionada ao apego, apresentando uma correlação positiva. Isso pode demonstrar uma preocupação com a possibilidade de perder o parceiro, além do sentimento de não ser merecedor de afeto.

Esta pesquisa também identificou uma correlação negativa e fraca quando se analisou a dimensão evitação de apego e experiências adversas. No entanto, o estudo de Höltge et al. (2022) avaliou que indivíduos que sofreram negligência emocional na infância manifestaram traços da dimensão evitação relacionada ao apego, com uma correlação positiva e forte, como uma forma de manter distância das pessoas com as quais mantêm um vínculo de afeto.

Além desses achados, ressalta-se que o estudo de Witt, Sachser, Plener, Brähler, & Fegert (2019) mostra que o acúmulo de experiências adversas está relacionado com o desenvolvimento de problemas emocionais, como depressão, ansiedade, sentimento de insatisfação com a vida, comportamentos agressivos contra outras pessoas, entre outros. Essas consequências são manifestadas em indivíduos que possuem estilo de apego inseguro, marcado por traços acentuados das dimensões ansiedade e/ou evitação.

Este estudo teve como objetivo correlacionar o número de experiências adversas vividas na infância com as dimensões do apego em estudantes universitários. Para isso, foram investigadas as prevalências das EAI e das dimensões de ansiedade e evitação relacionadas ao apego adulto, em uma amostra de graduandos de psicologia na instituição de ensino superior pública da região Norte do Brasil. Um dos resultados sinalizou haver correlação positiva significativa com poder fraco entre as variáveis de experiências adversas e a dimensão ansiedade. No entanto, outro dado demonstrou correlação negativa e não significativa entre EAI e a dimensão evitação.

Tais resultados sinalizam uma proximidade com a literatura, a qual aponta em estudos anteriores a existência da correlação positiva entre a dimensão ansiedade e experiências adversas. Uma das razões para isso pode ser destacada por possíveis vivências na infância com cuidadores que demonstraram escassa disponibilidade em ofertar cuidado e segurança – o que pode ser demonstrado em situações de abuso e negligência física e emocional, por exemplo – desenvolvendo um adulto com baixa autoestima, medo do abandono e com dificuldade de confiar no parceiro em uma relação amorosa.

Cabe frisar que não foi encontrado suporte entre os achados de literatura a respeito da existência de correlação negativa entre a dimensão evitação e EAI. No entanto, um padrão encontrado nos estudos que apresentavam traços de evitação sendo correlacionados positivamente com experiências adversas sinaliza que essa dimensão de apego era citada juntamente com a dimensão ansiedade, sendo a última tratada com maior ênfase em grande parcela das pesquisas encontradas. Portanto, apesar de haver pessoas vítimas de EAI que sentem desconforto com proximidade na relação – traço característico de evitação – isto é, mesmo havendo pesquisas que sinalizam correlação positiva entre tais variáveis, pode-se salientar que a correlação entre ansiedade e experiências adversas é mais explorada na literatura.

Para além do suporte teórico encontrado na literatura, cabe analisar a relação entre o período da infância e da fase adulta, uma vez que os modos de se relacionar e a escolha de parceiros amorosos na adultez são influenciados pelos modelos de funcionamento interno desenvolvidos a partir dos vínculos estabelecidos com os cuidadores na primeira infância (Ainsworth, 1978; Xavier & Nunes, 2019). Em outras palavras, uma criança que tenha sofrido adversidades na infância pode apresentar, na fase adulta, traços acentuados da dimensão ansiedade e se envolver em relacionamentos que reproduzam os mesmos padrões negativos das relações experienciadas na infância com os primeiros cuidadores.

O caráter interseccional que atravessa as adversidades vividas na infância, alinhado aos fatores do desenvolvimento que moldam a dimensão ansiedade relacionada ao apego, também deve ser enfatizado, já que o predomínio de mulheres negras mais jovens na amostra desta pesquisa denuncia a vulnerabilidade desses grupos minoritários desde os primeiros anos de vida, expondo-os ao risco de sofrer violências entre parceiros na adultez e, como consequência, o adoecimento psíquico (Andrade et al., 2022).

Nesse sentido, a relevância desta pesquisa se dá não apenas pela contribuição científica na área do desenvolvimento, relacionamentos íntimos, violência e saúde mental, mas também, ao se tratar de universitários, pela necessidade de criar políticas assistenciais nas universidades focados no cuidado pelo ciclo de vida, por meio da promoção de saúde mental e prevenção da violência, tendo em vista os possíveis impactos que podem ter no desempenho acadêmico (Pinheiro, 2021).

Nessa conjuntura, a Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) deve direcionar suas ações para a atenção à saúde dos estudantes de educação superior e profissional, em prol da redução das desigualdades, das taxas de evasão e da melhoria do desempenho acadêmico (Brasil, 2010). Portanto, conhecer os dados acerca das adversidades experienciadas na infância dos universitários pode direcionar a criação de ações voltadas aos serviços de atenção psicossocial – como grupos reflexivos, acolhimento psicológico e encaminhamento para a rede de atenção psicossocial – tendo em vista a época de elitização do tratamento psicoterapêutico, o que se mostra uma iniciativa importante de cuidado pelo ciclo de vida, redução de danos, prevenção da violência e promoção de saúde aos estudantes na universidade.

Por outro lado, cabe destacar determinadas limitações metodológicas deste estudo. Houve a restrição de alguns indivíduos em participar da pesquisa, tendo uma amostra pequena, por serem universitário alguns eram menores de 18 anos e outros tiveram relacionamento no último ano, o que diminuiu o número amostra. Por esse motivo, as análises estatísticas demonstraram forte assimetria, em que as informações levantadas se mostraram fora da curva da normalidade, o que significa que os dados não representam a população geral de graduandos de psicologia. O número pequeno da amostra também pode justificar o resultado de uma correlação positiva e fraca para dimensão ansiedade e EAI e a correlação negativa para dimensão evitação e EAI, sendo necessários novos estudos.

Além disso, outra limitação importante a mencionar nesta pesquisa se refere à omissão de algumas informações, tendo em vista a aplicação dos instrumentos ter sido realizada em grupo, na sala de aula, havendo dificuldade dos pesquisadores em acompanhar cada aluno, o que ocasionou o não preenchimento da maioria das informações acerca das características biopsicossociais por parte de alguns participantes, especialmente nos itens de “religião” e “tempo de relacionamento”.

Por fim, é válido destacar questões relevantes que não foram investigadas neste estudo e pode-se considerar para pesquisas futuras. Para explorar com maior ênfase a relação entre as dimensões de apego e as EAI, sugere-se utilizar, além dos instrumentos presentes nesta pesquisa, o Adverse Childhood Experiences International Questionnaire (ACE-IQ), um questionário de autorrelato que analisa as consequências a longo prazo sobre os comportamentos das vítimas de EAI. Ademais, investigar a relação entre problemas de relacionamento e o desempenho acadêmico de universitários se mostra uma questão relevante a ser analisada dentro do contexto de formação profissional, a fim de potencializar o incentivo às políticas de assistência à saúde mental dos estudantes.

 

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