Gasque | Comportamento, letramento informacional
Inf. Pauta, Fortaleza, CE, v. 2, número especial, out. 2017
1 INTRODUÇÃO
Comportamento informacional humano, de acordo com Wilson (2000), abrange a
totalidade do comportamento em relação às fontes de informação e aos canais de
informação, que por sua vez, envolve a busca, a pesquisa e o uso da informação com o
objetivo de satisfazer uma necessidade de informação. Para Gasque (2012), as
atividades de busca e uso da informação são naturais ao seres humanos e buscam
subsidiar a tomada de decisão e resolução de problemas. Contudo, muitas vezes, as
pessoas não aprendem a realizar estes procedimentos de forma sistematizada, com
eficácia e eficiência. Para que isso ocorra, é necessário que se engajem em um processo
de aprendizagem, denominado letramento informacional.
O letramento informacional refere-se ao processo de aprendizagem
necessário
para desenvolver competências para lidar com a informação. Exige conhecimentos e
competências que abrangem a delimitação do problema ou tarefa de pesquisa,
planejamento para identificar as fontes e recursos de informações a serem usados,
acesso eficaz e eficiente da informação, bem como critérios de avaliação da informação.
Requer também a organização e aquisição do conhecimento por meio de técnicas como
leitura dinâmica, esquemas, resumos, mapas conceituais, dentre outros, além de
produção textual adequada para comunicar o conhecimento, por exemplo, artigos,
monografias, relatórios, resumos, patentes, considerando os aspectos legais, sociais e
econômicos (GASQUE, 2012).
Tais tarefas têm vários níveis de complexidade. Nesse sentido, os profissionais
que organizam a sequência didática necessária à aquisição dos conteúdos de letramento
informacional devem compreender as bases científicas sobre as quais a aprendizagem
ocorre para torná-la mais significativa para o aprendiz. Para tanto, são considerados
alguns estudos em neurociência cognitiva e psicologia cognitiva.
A neurociência surge, na década de 1960, como resultado da integração da
filosofia da mente, e das psicologias behaviorista e cognitiva. O novo tópico de estudos
foi denominado psicologia cognitiva moderna. Na década de 1970, a psicologia cognitiva
ciência da mente e a neurociência ciência do cérebro formam a neurociência
cognitiva. A nova disciplina desenvolve-se intensamente a partir da década de 80, por
Compreende-se a aprendizagem como processo físico, em que o novo conhecimento é representado por
novas conexões de células cerebrais (VAN DAM, 2013).