(TRANS)PASSANDO DIÁLOGOS: ABORDANDO SEXUALIDADE, GÊNERO E SAÚDE NO AMBIENTE ESCOLAR
DOI:
https://doi.org/10.32356/exta.v1.n17.41080Palavras-chave:
Educação Sexual, Atenção Primária à Saúde, Gênero e Saúde, Direitos Humanos.Resumo
A escola possui papel central na educação sexual, sendo um relevante espaço formativo para realizar ações em saúde. Nesse sentido, o presente trabalho relata duas experiências de estudantes da saúde ao realizar ações voltadas para educação sexual e preconceitos de gênero em escolas públicas de nível fundamental, visando a promoção e defesa de direitos humanos no espaço escolar. Além disso, o artigo objetiva analisar as potencialidades e dificuldades identificadas pelos estudantes universitários durante a realização dessas ações. As duas experiências foram realizadas com o apoio de funcionários de Unidades Básicas de Saúde presentes na área de abrangência das escolas envolvidas nas dinâmicas. Ambas as atividades partiram de questões a serem problematizadas que abordavam preconceitos sexuais e de gênero observados no ambiente escolar. Após isso, foram propostas dinâmicas que buscassem a familiaridade dos estudantes com a temática, respeitando a faixa etária dos envolvidos. Em ambas as atividades foi obtida a participação ativa dos alunos das escolas públicas, bem como relatos de preconceitos e situações de homofobia vivenciados por eles no ambiente de ensino. À luz das dinâmicas, o grupo pôde concluir que espaços de discussão dessas temáticas são necessários dentro do contexto da educação básica, em que ainda constata-se relatos que evidenciam estereótipos de gênero e preconceitos sexuais. Pôde-se também observar, a partir da experiência, que os principais desafios de ensino-aprendizagem envolvidos no processo são o estabelecimento de diálogos horizontais, não centrados no professor ou profissional de saúde, que empoderem os estudantes no compartilhamento de experiências e percepções acerca dessa temática.
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