VIVÊNCIAS DISTANTES NA DISCIPLINA DE HISTOLOGIA ANIMAL: TEM ALGUÉM AÍ?

Resumo

O ano de 2020 nos impôs inúmeros desafios, entre eles sem dúvida o mais impactante foi a pandemia do novo Coronavírus. Como medida de segurança, recorremos ao isolamento social e com isso todas as atividades possíveis migraram para as plataformas digitais, incluindo o ensino. Apesar dos esforços de professores e gestores, a adequação das escolas e universidades a essa nova realidade foi lenta e muitas vezes ineficiente. No caso da UFC, o PPE (Plano Pedagógico Emergencial) foi elaborado para estabelecer diretrizes para as atividades acadêmicas dos cursos de graduação e pós, com o objetivo primordial de concluir o semestre 2020.1, Nesse contexto se insere a disciplina de Histologia Animal do curso de Ciências Biológicas e como monitor da mesma desde o início de 2020, pude não só acompanhar essa transição como também ser parte ativa nela, discutindo como o professor, ouvindo os demais monitores, tentando encontrar formas e estarmos mais perto dos alunos. Aprendemos a usar as plataformas digitais como Solar, da UFC, o Google Meet e o Google Driver, ferramentas fundamentais para nos manter conectados e organizados mesmo em isolamento social. Diante de inúmeros problemas do ensino remoto, apresentadas por vários estudantes e professores durante a construção do PPE, era de se esperar que muitos entraves viessem à tona. Mesmo com o esforço de professores e monitores em melhor adequar as disciplinas à esse novo contexto de ensino, a realidade é que a forma com que foi tratada na criação e efetivação do PPE acabou aprofundando ainda mais desigualdades sociais e econômicas entre os alunos: silêncios, distanciamentos, falta de estímulo nos afastaram da compreensão da constituição dos nossos tecidos. Conhecer epitélios, neurônios, músculos e ossos, só nos estimularam a chegar mais rápido ao final do semestre. Temos que repensar nosso futuro enquanto docente que se depara com o que não é planejado. E nisso tudo, não esquecermos nunca dos alunos.