CURRÍCULO ORIENTADO À JUSTIÇA SOCIAL NA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA: ALGUNS DESAFIOS DIDÁTICOS

Autores

  • Luciana Venancio
  • Luiz Sanches Neto

Resumo

Esta comunicação fundamenta-se em um artigo internacional recente. A realidade brasileira tem questões de (in)equidade relacionadas a fatores complexos, como a diversidade étnica e cultural, disparidade de classe e renda, abolição tardia da escravidão, instabilidade da democracia e governança política. Em 2007, o governo federal reconheceu alguns desses desafios ao aprovar uma legislação que expandiu a abrangência das universidades federais, aumentando o acesso ao ensino superior e proporcionando maior apoio e infraestrutura para pessoas de famílias de média e baixa renda. Decorridos 13 anos, analisamos como o curso de licenciatura em educação física da UFC respondeu às mudanças introduzidas por aquela legislação. A partir das perspectivas de alunos/as do curso, examinamos a complexidade da justiça social e equidade. Os dados foram gerados através de grupos focais e entrevistas individuais. Analisamos documentos, artefatos curriculares e consultamos docentes do curso para entender a dinâmica experiencial dos/as alunos/as. Cada participante expressou uma forte afinidade e orientação à justiça social como um aspecto integral da educação física escolar. A reestruturação do currículo oportunizou conteúdos sustentados por princípios éticos, políticos, estéticos, epistemológicos, pedagógicos e teórico-metodológicos, que se coadunam à noção de didática dos conteúdos específicos. Consideramos que essa orientação curricular buscou atender às necessidades regionais e locais para que os/as futuros/as professores/as de educação física ensinem de modo mais crítico e engajado. Atualmente, investigamos os desafios formativos da temática relacionada à justiça social na disciplina “didática e educação física”. Em 2020.1, o planejamento da disciplina teve participação efetiva de estudantes e monitores/as, abrangendo (in)equidade; racismo; criticidade, reflexão e empoderamento; proeminência do lugar de fala e da escuta sensível como saberes necessários.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIV Encontro de Práticas Docentes