A epístola como espaço da memória e da escrita de si: uma análise do romance De mim já nem se lembra, de Luiz Ruffato
Resumo
Este artigo visa discutir o romance epistolar como espaço de viabilização da construção da memória e do eu a partir da escrita de si. Para a execução de tal proposta, analisaremos a obra De mim já nem se lembra (2016), do escritor Luiz Ruffato, romance que aborda o deslocamento do operário José Célio para trabalhar em São Paulo, na década de 70, e a correspondência com sua família no interior de Minas Gerais. Na obra, percebemos a atualidade da epístola para a construção da linguagem íntima e fragmentada, bem como espaço democrático que dá voz a um personagem pobre. Como fundamentação teórica para esse estudo, utilizaremos, principalmente, as definições de romance epistolar apresentadas por Marisa Lajolo (2002) e Cláudia Valentim (2006), e de memória presente na obra de Walter Benjamin (1994, 1997) e Ecléa Bosi (2013). Assim, observaremos como a escrita de si acontece na estrutura de romance epistolar, possibilitando ao leitor elaborar personagens a partir dos fragmentos de uma geografia íntima traçada pelo protagonista.
Palavras-chave
Romance epistolar. Escrita de si. Memória Luiz Ruffato.
Referências
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