A LINGUAGEM SIMBÓLICA EM “A BARCA DOS HOMENS”, DE AUTRAN DOURADO

Autores

  • Samla Borges Canilha Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Resumo

Neste artigo, procuramos analisar o romance A barca dos homens (1961), do escritor brasileiro Autran Dourado, a partir da teoria hermenêutica do filósofo francês Paul Ricouer. Para tanto, realizamos a análise da narrativa a partir das ideias contidas no livro Teoria da interpretação e no capítulo “Tempo e narrativa: a tripla mímesis” do primeiro volume de Tempo e narrativa. O objetivo é, com isso, mostrar como os três níveis miméticos sugeridos pelo filósofo são necessários para a compreensão crítica do romance escolhido: deve-se considerar o que é aproveitado do repertório do autor (mímesis I); deve-se pensar a linguagem simbólica utilizada na construção do texto (mímesis II) – em especial, neste caso, as metáforas e o jogo de oposições utilizados, que determinam a estrutura do romance e a caracterização de personagens e do espaço diegético; e, por fim, deve- considerar também o repertório e as condições de leitura do leitor (mímesisIII), pois toda a simbologia presente no romance só contribui para a sua significação se o leitor é capaz de identificá-la.

Biografia do Autor

Samla Borges Canilha, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Doutoranda em Teoria da Literatura na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), bolsista CNPq. Mestra em Teoria da Literatura pela mesma instituição. Bacharela em Letras - Português/Literaturas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 

Referências

AUTRAN Dourado. Seleção de textos, notas, estudos biográfico, histórico e crítico e exerícios: Angela Maria de Freitas Senra. São Paulo: Abril, [1983]. (Série Literatura comentada). p. 104-106.

DOURADO, Autran. A Barca dos Homens. In: ______. Uma poética de romance: matéria de carpintaria. São Paulo: Rio de Janeiro: Difel, 1976. p. 120-130.

RICOEUR, Paul. Teoria da interpretação: o discurso e o excesso de significação. Tradução: Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1987.

______. Tempo e narrativa: a tripla mímesis. In: ______. Tempo e narrativa: a intriga e a narrativa histórica. v. 1. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010. p. 93-147.

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Publicado

2019-04-29

Edição

Seção

Estudos Literários