SOBRE A ATITUDE PROMETEICA: FRANCIS BACON E VICTOR FRANKENSTEIN

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30611/33n33id94061

Palavras-chave:

Bacon, Mary Shelly, Frankenstein, Prometeu, ciência e técnica

Resumo

O livro Frankenstein: ou o Prometeu moderno – romance escrito por Mary Shelley e publicado em 1818 – é conhecido como uma contundente crítica à atividade científica, principalmente, considerando as concepções de ciência e de técnica subjacentes ao amplo projeto do iluminismo. Há intérpretes da obra de Shelley que assumem que uma possível fonte do modelo de pensamento criticado por ela se localiza nas teses defendidas por Francis Bacon acerca do tema do “domínio da natureza”. Assumindo isso como pressuposto, o objetivo de nossa investigação é explorar a suposta presença do pensamento baconiano no livro de Shelley. A partir de uma chave de leitura filosófica, mais especificamente o tema compreendido como atitude prometeica, avaliaremos os limites para aproximar, por um lado, Bacon e Victor Frankenstein (personagem protagonista do romance) e, por outro, Bacon e Mary Shelley. Mais especificamente essas aproximações são realizadas a partir das considerações morais que orientam o saber técnico e científico desses autores.

Referências

BACON, F. A sabedoria dos antigos. Trad. Gilson César Cardoso de Souza. São Paulo: Ed. Unesp, 2002.

BACON, F. De sapientia veterum. In: SPEDDING, J.; ELLIS RL.; HEATH DD. (Eds). The Works of Francis Bacon. Cambridge Library Collection - Philosophy. Cambridge University Press; 2011, p. 605-606.

BRANDÃO, J. de S. Mitologia grega. 20ª Edição, Petrópolis: Vozes, 2013. 3 v.

HADOT, P. O Véu de Ísis: Ensaio sobre a história da idéia da natureza. São Paulo: Edições Loyola, 2006.

MELLOR, A. Making a “monster”: an introduction to Frankenstein. In: SCHOR, E. The Cambridge companion to Mary Shelley. Cambridge, New York, Melbourne, Madrid, Cape Town, Singapore, São Paulo: Cambridge University Press, 2003, p. 9-25.

REES, G. Francis Bacon’s Semi-Paracelsian Cosmology. In: Ambix, n. 22, 1975, p. 81-101.

ROSSI, P. O nascimento da ciência moderna na Europa. Tradução Antonio Angonese. Bauru: EDUSC. 2001.

ROSSI, P. Os filósofos e as máquinas: 1400-1700. Tradução Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

SCHOLEM, G. A idéia do Golem. In: A cabala e seu simbolismo, trad. H. Borger e J. Guinsburg, São Paulo: Perspectiva, 2015, p. 189-240.

SCHOR, E. The Cambridge companion to Mary Shelley. Cambridge, New York, Melbourne, Madrid, Cape Town, Singapore, São Paulo: Cambridge University Press, 2003.

SELIGMANN-SILVA, M. O Golem: Entre a técnica e a magia, aquém da bioética. Remate de Males, Campinas, SP, v. 27, n. 2, p. 183–195, 2012.

SHELLEY, M. Frankenstein, ou o Prometeu moderno. Primeira versão de 1818. Edição bilíngue português/inglês. Tradução e notas de Doris Goettems, São Paulo: Ed. Landmark, 2021.

SHELLEY, M. Frankenstein, ou o Prometeu moderno. Tradução de Ulysses Bôscolo, São Paulo: Hedra, 2013.

SHELLEY, M. Frankenstein: annotated for scientists, engineers, and creators of all kinds. Editado por David H. Guston, Ed Finn, e Jason Scott Robert. Cambridge, MA: The MIT Press, 2017.

SIMONDON, G. Du mode d’existence des objets techniques [1958]. Ed. 5ª. Paris: Aubier, 2012.

SPEDDING, J.; ELLIS RL.; HEATH DD. (Eds). The Works of Francis Bacon. Cambridge Library Collection - Philosophy. Cambridge University Press; 2011.

TROUSSON, R. Le Thème de Prométhée dans la littérature européenne. 3º ed. Genebra: Librairie Droz, 2001.

VERNANT, J-P. Mito e pensamento entre os gregos: estudos de psicologia histórica. Tradução de Haiganuch Sarian, Rio de janeiro: Paz e Terra, 1990.

ZIOLKOWSKI, T. Science, Frankenstein, and Myth. In: The Sewanee Review, Vol. 89, No. 1, 1981, p. 34-56.

Downloads

Publicado

2024-08-31

Edição

Seção

Dossiê Filosofia & Literatura