DEMOCRACIA E O IDEÁRIO TOTALITÁRIO
DOI:
https://doi.org/10.30611/2023n29id91342Palavras-chave:
Democracia, Totalitarismo, Outlaw, Burocracia, Direito a ter direitosResumo
O presente artigo busca refletir, a partir das ideias de Hannah Arendt, como é possível que o fascismo em seu ideário totalitário encontre solo fértil para germinar e prosperar no seio de democracias contemporâneas estabelecidas, cujas constituições preveem a garantia plena do respeito aos direitos humanos. Uma vez que se busca tratar sobre o fenômeno da nova escalada autoritária no mundo ocidental, mais particularmente no Brasil dos últimos anos, serão tomados como referência teórica conceitos centrais no pensamento arendtiano: outlaw, direito a ter direitos e burocracia. Tais conceitos podem ser úteis à compreensão do contexto político contemporâneo. O conceito de outlaw, que estabelece o tipo ideal do pária político, pode ser personificado na figura dos povos originários e minorias esmagadas em seus direitos pelo ideário supremacista, o direito a ter direitos, o qual denuncia a crise do Estado-nação em sua dificuldade estrutural de preservar os direitos humanos e o conceito de burocracia, que ajuda a explicar o caráter estático das instituições diante da “livre” escalada de manifestações e atos de arbítrio e difusão de ideias totalitárias, formam um panorama bastante razoável da escalada fascista, em especial no Brasil bolsonarista, auxiliando na análise e no diagnóstico da intervenção imediata, no sentido de preservação dos valores democráticos.
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