SOBRE A NATUREZA IMAGÉTICA DO ENSINO DE FILOSOFIA
DOI:
https://doi.org/10.30611/2023n29id91330Palavras-chave:
Imagem, Ensino de Filosofia, GórgiasResumo
O presente trabalho defende, em relação ao ensino de filosofia, que ele torna-se mais potente se mediado por meio do uso de imagem. Concebe-se imagem no sentido mais amplo possível, intercambiável com outros conceitos como signo ou representação. Dentre as inúmeras chaves-de-leitura exequíveis para a demonstração conceitual da condição imagética do filosofar – levando-se em consideração toda a tradição historiográfica da filosofia, bem como toda a sua fortuna crítica, optou-se neste artigo por utilizar categorias gorgianas para uma fundamentação do ensino de filosofia por imagens. Considerar-se-á a riqueza do legado do sofista leontinense tanto em virtude das várias estratégias retórico-argumentativas criadas por este, como recorrendo a tese da discursividade apresentada no Tratado do não-ser ou Sobre a natureza pelo sofista. A conclusão a que se pretende chegar, como já previamente anunciado, é que, diante da tragicidade da fragilidade da capacidade humana de compreender o mundo, resta apenas a saída da linguagem como potência criativa para elaboração de alguma forma de definição da realidade. A discursividade, sinônimo do próprio filosofar na estrutura filosófica gorgiana, só pode constituir-se agonicamente pela intervenção encantatória do lógos em cada pessoa.
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