DESENVOLVIMENTO ONTOGENÉTICO DOS OTÓLITOS SAGITTA DE EUGERRES BRASILIANUS (CUVIER, 1830) (ACTINOPTERYGII: GERREIDAE) COM ÊNFASE NO TAMANHO DE PRIMEIRA MATURAÇÃO SEXUAL EM UMA LAGOA COSTEIRA, NO SUDESTE DO BRASIL

Ontogenetic development of sagitta otoliths of Eugerres brasilianus (Cuvier, 1830) (Actinopterygii: Gerreidae) with emphasis on size at first sexual maturation in a coastal lagoon in southeastern Brazil

Resumo

Avaliações do desenvolvimento de otólitos relacionado a história de vida de peixes buscam prover informações importantes para compreensão da variabilidade intraespecífica dessas estruturas. Neste contexto, o presente trabalho buscou identificar padrões ontogenéticos e sexuais na morfologia dos otólitos de Eugerres brasilianus capturados na lagoa de Itaipu entre julho de 2019 e abril de 2020. O comprimento médio de primeira maturação (C₅₀) foi determinado para os sexos grupados e separados. Coeficientes de wavelet e descritores de forma foram avaliados por classes de comprimento total (CT). Enquanto sexos e estágios de maturação foram avaliados apenas por descritores de forma. Foram capturados 158 exemplares variando entre 7,5 e 30,6 cm CT, apresentando C₅₀ de 15,5 cm CT para sexos grupados, 15,3 cm CT para fêmeas e 15,5 cm CT para machos. Os coeficientes de wavelet apresentaram diferença significativa entre as classes de CT (PERANOVA; p<0,001). Diferenças significativas também foram observadas para os descritores de forma para as classes de CT, sexos e estágios de maturação (PERMANOVA; p<0,001). Nossos resultados confirmam a hipótese de variações ontogenéticas na morfologia dos otólitos de E. brasilianus, o que pode ser atribuído a variações no uso de hábitat, metabolismo, condição e taxas de crescimento. Enquanto as diferenças entre os otólitos de fêmeas e machos maduros, assim como entre estágios de maturação, são reflexos do gasto energético proveniente do desenvolvimento gonadal.

Palavras-chaves: Carapeba, forma do otólito, wavelet, análise multivariada.